Última vitória sobre rival na Colina teve Abel em campo
Em que pese o fato de ter enfrentado o Vasco em São Januário poucas vezes após a inauguração do Maracanã, o hiato de 44 anos sem vencer o rival em seus domínios é uma realidade para o Fluminense. Neste sábado, o Tricolor terá a possibilidade de quebrar o tabu. O que pouca gente sabe (ou não teve o feeling de pesquisar) é que o técnico Abel Braga atuou naquela partida envergando a camisa do mesmo time que comanda nos dias de hoje.
A última vitória do Fluminense sobre o Vasco em São Janu foi pelo placar de 1 a 0, e valeu taça. Estava em jogo o título do Torneio Internacional de Verão de 1973. Além dos dois rivais cariocas, participaram da competição o Argentinos Juniors e o Atlanta-ARG.
No primeiro tempo do jogo decisivo, o domínio foi vascaíno. O goleiro tricolor Félix pegou até pensamento. Na segunda etapa, o Flu equilibrou, mas Cafuringa foi expulso aos 20 minutos. Pinheiro, técnico tricolor, sacou o meia-atacante Didi e colocou Abel; este recuou para a zaga com Silveira passando a exercer a posição de volante. Com isso, o veterano – mais ainda cerebral – Gerson foi liberado para atuar mais próximo ao ataque.
Se pelo lado do Fluminense havia o “Canhotinha de Ouro” a equipe cruzmaltina contava com ninguém menos do que Tostão – àquela época, o futebol carioca ainda era uma cristaleira repleta de preciosidades. Abel, então um jovem zagueiro, teve a oportunidade de marcar o brilhante mineirinho que no México formou a dupla de ataque da Seleção do Tri com Pelé.
Quando trabalhei no Jornal dos Sports tive a oportunidade, em uma das muitas visitas ao arquivo comandado pelo Chiquinho e pelo Wilson, de ver fotos deste jogo. Numa delas aparecia um jovem Abel, de bigodão e cabeleira encaracolada, dividindo uma bola com Tostão.
Voltemos ao clássico. Aos 43 minutos, quando tudo indicava que o zero não sairia do placar, Lula (o mesmo que matara o Botafogo dois anos antes, na final do Carioca com o mesmo veneno) emendou um cruzamento de Toninho e estufou a rede de Andrada – o mesmo que sofrera o gol mil do Rei.
Naquela tarde, o técnico Pinheiro mandou o Fluminense a campo com Félix, Toninho Silveira, Assis e Marco Antônio; Denílson e Gerson; Cafuringa, Jair, Didi (Abel) e Lula.
Eu não conseguiria escrever este relato com tantos detalhes não fosse o maravilhoso livro “Fluminense Football Club – Glórias e Conquistas no Futebol”, de autoria do meu amigo Antônio Carlos Napoleão, lançado por ocasião do centenário tricolor.
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Só quem já passou por problema semelhante sabe o que o jovem atacante Michael, presumidamente, está passando. Contudo, creio firmemente que ele é capaz de vencer. O inimigo é duro, matreiro, mas não é invencível. Faça do apoio de sua família e dos verdadeiros amigos, além de sua força interior, as suas armas nesta batalha. Eu acredito em você.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Imagem: paro