O empate no Morumbi e o equívoco de Roger (por Paulo-Roberto Andel)

Conseguir um ponto diante do São Paulo sempre será bom, em se tratando de um dos mais difíceis adversários no futebol brasileiro e sul-americano.

Entretanto, quando você consegue um ponto fora de casa quando poderia ter conseguido três, fica a sensação de desconforto.

E por pouco o ponto conquistado não foi jogado fora.

Num todo, a atuação do Fluminense foi boa e deu esperanças de competitividade depois da grande vitória sobre o River Plate, precedida por uma sucessão de pasmaceira e equívocos que, todos esperamos, parecem ter ficado para trás.

Dois temas merecem atenção, menos pela gravidade em si e mais pelo que podem revelar sobre o time em sua trajetória nesta temporada.

O primeiro, Nenê. O segundo, Egídio. Ambos, muito comentados em todos os conteúdos deste PANORAMA.

A pantomima que gerou inacreditáveis quatro minutos de confusão na cobrança do pênalti não poderia ter outro desfecho: um chute patético.

Nenê é o jogador mais velho em atividade no Fluminense e na primeira divisão brasileira, salvo engano. Na ausência de Fred, estava com a tarja de capitão do time tricolor. Deveria ser o último a cair em qualquer provocação adversária. Da catimba à péssima cobrança, fez tudo errado e, com isso, contribuiu para que o Flu deixasse escapar a vantagem que poderia ter lhe dado uma excelente vitória.

Não se trata de desqualificar ou desmerecer o jogador, mas sim de comentar o momento sem paternalismos. Ainda que o apelido possa confundir alguns, não se trata de uma criança e sim de um homem maduro, pai de família multimilionário e realizado, atleta com 20 anos de carreira. Ótimo cobrador de pênaltis, já tinha perdido no final do ano passado e, se a lógica tivesse prevalecido, o cobrador deste sábado teria sido o uruguaio Hernández, que bateu muito bem no Carioca – futebol é momento. Mas a insistência em se fazer de Nenê o protagonista do time cobrou a conta nesse lance. Roger ainda tentou justificar no pós-jogo que a comissão determina quem bate, e que não necessariamente um atacante é o cobrador. Ok, mas Hernández vinha melhor no momento. Bola fora do treinador.

Não é apenas o pênalti. Todos já perceberam que Roger demora muito a tirar Nenê de campo, isso quando o faz. Quando não acontece, invariavelmente temos sobrecarga em cima de outros jogadores, que precisam se superar fisicamente para compensar o colega intocável.

Já foi dito aqui por cronistas da casa: o Fluminense evoluirá se souber aliar inteligência ao uso de determinados jogadores e circunstâncias. Nenê é um destes casos. Deve ser utilizado sim ao máximo de seu potencial, mas com a atenção necessária. E sua impecável bola parada nem sempre é infalível nos pênaltis, como se pode constatar.

O segundo tema é rápido e fácil: Egídio é uma máquina de cometer pênaltis. Alguns já nos custaram muito caro. Ontem não aconteceu porque o árbitro não viu. A comissão técnica deveria deixar anotado mais esse lance e cobrar do jogador, porque no Brasileirão pode não ser algo tão urgente, mas na Copa do Brasil e na Libertadores a conta costuma vir salgada e, por mais que haja um clima de otimismo, continuamos há oito anos e meio sem títulos relevantes.

De resto, o Fluminense teve uma boa jornada, poderia ter vencido se finalizasse melhor e, como tem acontecido no final das partidas, devido ao excesso de convicção de Roger, quase entregou o ouro. Celebrar os acertos e corrigir os erros é fundamental para seguir em frente.

1 Comments

  1. AS SANDÁLIAS DA HUMILDADE A VESTIR OS PÉS DESSE ROGER A AMARGURAR – NOS AINDA E A OUVIR PALPITEIROS E INTERESSEIROS PESCADORES DAS ÁGUAS SEMPRE TURVAS. JÁ PASSA DA HORA E O ATORDOAREMOS ATÉ A ÁGUA MOLE FURE A PEDREIRA…

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