Depois da vitória sobre o Avaí no meio da semana, duas boas constatações para o torcedor tricolor: Reginaldo, que já vinha se apresentando bem – apesar de um começo extremamente vacilante – mostrou que pode ser o titular da zaga ao lado de Henrique e Mascarenhas, outro jovem da base, ganhou a posição de Léo com um futebol correto e mais objetivo do que o de seu antecessor.
Em face da grave situação financeira por que passa, agravada pelas lesões de seus principais jogadores, o Flu tem encontrado as soluções para os seus problemas dentro de seu próprio elenco. Não é o ideal, nem o suficiente para fazer a torcida sonhar com títulos, mas é o que se pode fazer neste momento tão delicado. E por sorte essas soluções caseiras têm dado algum resultado, porque é com elas que o Fluminense contará até o final da temporada.
Contratações, ao que parece, são um sonho distante e, portanto, só podemos contar mesmo com Abel e um grupo de jovens obstinados. Essa juventude traz a sombra da imaturidade, o que já nos custou pontos importantes em algumas partidas, mas por outro lado dá ao grupo um espírito rejuvenescido e bastante brio dentro de campo.
Esse desequilíbrio, certamente, trará, como vem trazendo, consequências: altos e baixos, vitórias e derrotas e a impossibilidade de se alcançar e de se manter nas primeiras posições no campeonato brasileiro. Os retornos de Sornoza e Wellington Silva em condições de jogo poderão amenizar isso, mas não custa lembrar o tempo que Scarpa tem levado, após a grave lesão que sofreu, para voltar ao seu antigo futebol. É bom que não contemos com esse elenco completo e tinindo o tempo inteiro, porque fatalmente quando uma peça importante retornar, outra não poderá ser utilizada e o Flu carece, para que desenvolva o seu melhor futebol, de todas em perfeita sintonia e condições de jogo.
Defendo a contratação de dois ou três jogadores para equilibrar mais a equipe, mas pelo jeito a coisa está grave demais. Nenhum aceno na direção de alguma novidade para o elenco. E se não há como trazer, vamos com o que há na casa, buscando na base alguma solução, como se tem feito até agora. Não é o melhor dos cenários, mas é o cenário que temos.
Pedro Abad deve saber o que está fazendo. Certamente não dará ao torcedor as alegrias que espera, mas se essa austeridade financeira não comprometer o desempenho do time na competição ao ponto de arriscar-se a um rebaixamento e servir para reequilibrar as finanças para 2018, qualificando o elenco, já estará valendo. Melhor ainda se conseguir, com a bravura desse grupo e um pouco se sorte, abocanhar uma vaga para a Libertadores. Aí o ano estará ganho.
Panorama Tricolor
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