Na manhã de ontem, quinta-feira, as capas dos jornais cariocas exibiram timidamente o início positivo do Fluminense na Libertadores/2013, quase escondendo a vitória fora de casa sobre o venezuelano Caracas na quarta-feira. Considero que não poderia haver melhor sinal: a timidez deles é o nosso sucesso. Vencemos e bem, pouco importando se o futebol apresentado não foi espetacular – o que, aliás, seria impossível diante do péssimo gramado onde atuamos, digno de fazer corar os campos da terceira divisão carioca.
Por mais que alguns discordem, a vitória por 1 x 0 ainda teve duas nuances: primeiro, o inacreditável desfalque de Neves; segundo, o recuo de Valencia que quase gerou o empate venezuelano. Sobre Neves, bom… ele já assinou certa vez dois contratos com dois clubes diferentes num mesmo dia, de modo que a possível automedicação não constitui surpresa. Mas como o Fluminense não é a casa-da-mãe-Joana, uma advertência com multa é excelente sinal. Nada mais, nenhum arroubo, nenhum escândalo estrambótico. Sobre o colombiano, os amigos daqui já destacaram e bem a sua garra interminável: Valencia tem saldo extremamente positivo. Foi um chutão impensado, mas se Cavalieri (em noite de perfeição) tivesse dado um passo para trás, poderia dominar a bola sem precisar usar as mãos. E uma jogada semelhante já tinha ocorrido antes, sem que o árbitro marcasse. Nenhum drama, tudo funcionou bem e saímos ilesos. Volto a dizer: Cavalieri fez defesas sensacionais e foi um dos grandes responsáveis pelo triunfo de estreia na competição continental. E Valencia é nosso Marcão, nosso Denilson.
Falar de Fred soa mais do mesmo: talento, garra, eficiência e uma capacidade de finalização que desafia definições. Quatro gols em quatro jogos seguidos. Volta e meia vemos na televisão os badalados jogadores do futebol europeu, cantados e decantados como seres supremos do futebol. Afirmo: poucos no mundo têm a precisão das finalizações de Fred. Noutra semana, os arremates sensacionais pela seleção brasileira contra a Inglaterra; agora, o golaço contra o Caracas. Tudo em meio segundo, sem permitir respiração depois do rebote da defesa, uma velocidade de pensamento assustadora: quando o goleiro tentou sacar a jogada, Fred já tinha guardado a bola no ângulo esquerdo, num chutaço que só os craques sabem disparar. A perfeita acepção da palavra “artilheiro”. E depois deste golaço, feito com dois terços do primeiro tempo, o Fluminense diminuiu um pouco o ritmo de pressão constante que impusera fora de casa desde o início do jogo. Apesar de termos finalizado pouco, jogamos muito da intermediária do Caracas para frente; quando chegamos, foi com força: Sobis acertou a trave esquerda na cabeçada após a ajeitada de Fred. Os venezuelanos chutaram bem pouco, mas com perigo e geralmente fora da área. Construímos o placar que predominaria ao término da partida, descendo com tranquilidade para o intervalo.
Já falei de Cavalieri e volto a repetir: esplêndido. A grande defesa na meia-bicicleta de Cure, pela direita do ataque, no começo do segundo tempo, foi decisiva em nossas pretensões na partida. É o melhor goleiro do Brasil e não há justificativa para que não seja o titular da seleção. Então Fred acertou outro petardo de fora da área, o goleiro Baroja (muito parecido com o humorista Rafinha Bastos) fez grande defesa para escanteio. Claro, demos mais espaço, o Caracas jogava em casa e buscou o ataque do jeito que lhe cabia, entre caneladas e correria. Não existe partida fácil na Libertadores, quanto mais fora de casa. Quero ressaltar que, em muitas oportunidades, nossa defesa desarmou as jogadas antes do último toque do ataque adversário, o que mostra atenção e comprometimento, impedindo as conclusões. De muito perigoso mesmo, apenas o tiro livre ocasionado pelo recuo de Valencia, já mencionado aqui, saindo à direita do gol. Antes, Abel tinha tentado retomar as rédeas do ataque com Marcos Junio em campo, o que não funcionou a contento.
No fim, vencemos com eficiência e menos brilho do que se poderia ou que se espera do Fluminense. E daí? Melhor assim. Vitórias modestas e difíceis trazem humildade, reiteram a necessidade de grupo, de conjunto e valem os mesmos três pontos de eventuais jornadas estrambóticas. O caminho do Fluminense nunca foi o das goleadas retumbantes nas grandes manchetes, mas o das vitórias delgadas, discretas, humildemente mencionados num canto de página esportiva. Foi assim que enchemos uma das maiores salas de troféus do mundo.
Caldeira e Gilmar bem disseram nestas páginas: começamos bem. É o que importa. Demos o primeiro e modesto passo nessa tão desejável trilha nas montanhas da América. O futebol não espera e já temos pelo caminho Volta Redonda – pelo Carioca – e o incensado Grêmio pela Libertadores. Já escrevi muitas vezes: eu sempre confio.
Paulo-Roberto Andel
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Contato: Vitor Franklin
Começamos a traçar nosso caminho para Marrocos!!!
Andel, “os cães ladram, mas á caravana não pára!”
Á imprensa carioca está em péssima fase; Quando se aperceberem, já
teremos vencido á américa!
Que venham o Luxa e sua arrogância, que nós os venceremos
com nossa humildade!
ST4!
Cliche é o cacete. Arrebenta Paulão!
Andel,
Diria a timidez inescrupulosa deles em suas manchetes de ocasião – e consequentemente passageiras – é a certeza de nossos triunfos , se vc me permitir o complemento.
A imprensa tradicional enloqueceu, pois jogam no lixo seu bem mais precioso, o que não se mede nem se quantifica, a tão decantada credibilidade. Sem ela não há negócio jornalístico.
Seus textos me são indispensáveis, saudações tricolores.
“O caminho do Fluminense nunca foi o das goleadas retumbantes nas grandes manchetes, mas o das vitórias delgadas, discretas, humildemente mencionados num canto de página esportiva. Foi assim que enchemos uma das maiores salas de troféus do mundo”
Pô dizeres sensacionais, digno de um verdadeiro tricolor….
ST…a América hei de ser nossa!!!
A categoria literária de sempre de meu amigo, meu irmão, meu editor-chefe Perry Paulo White Andel. Ayoooohhh, Silver, away!, digo, para o alto e avante! 😛
Com os velhos clichês ” o que vale são os 3 pontos” e “isso é Libertadores”, sigamos adiante.
Nossas suadas vitórias mesmo contra adversários ridículos eu taxava, na gestão anterior, de “já que nosso Presidente é cardiologista e nosso patrocinador é um plano de saúde”, que testem e aprovem nossos corações tricolores, mas agora que nosso Presidente é advogado, caro Dr. Peter, consiga habeas corpus aos nossos jogadores, para que eles não fiquem presos na defesa após fazermos 1×0, em quem quer que seja!
Paulo responde: Caro Wilson, todos os campeões das 52 edições anteriores da Copa Libertadores passaram pelos mesmos clichês. O resumo é de cada um. ST.
Esplêndido Andel!
Que venham as próximas!
ST!
Que venham as bichas separatistas do sul do país que já tomaram uma porranca, ontem!