1.
Infelizmente, acabou o carnaval.
Vavá o adora e não consegue entender porque tantas pessoas no Brasil não gostam da folia de Momo. Carnaval, segundo ele, é expressão máxima da cultura popular de nosso país. Graças ao carnaval surgiram grandes ritmos e músicas de nossa canção popular. O desfile de escolas de samba é algo único no mundo. Vem gente do planeta todo para cá. Sim, anda grandioso demais, mercantilizado demais, sexualizado demais, mas continua sendo a maior festa popular do mundo. E Vavá adora.
Pelos quatro cantos do continental Brasil, milhões de pessoas, assim como Vavá, saem fantasiadas por quatro dias para brincar ao som dos mais variados ritmos: samba, marchinhas, marchas-rancho, maracatu, coco, frevo, afoxé, ijexá, maxixe, samba de roda, um vasto arsenal de ritmos sensacionais.
Nos quatro dias de folia, nosso heroi deixa de lado os problemas do cotidiano e se junta a um mundo de gente desconhecida que como numa catarse coletiva brinda a vida, o prazer, a música e o Brasil.
2.
Aqui pelo Rio de Janeiro, berço do samba – embora muitos jurem que ele nasceu lá na Bahia – o carnaval de rua explodiu de novo. São blocos e mais blocos das mais diferentes matizes desfilando e alegrando os foliões, antes, durante e depois do carnaval.
A galera reemcampou o carnaval de rua carioca e tudo mundo sai fantasiado, com espírito de curtir a folia.
Sim, em alguns pontos tem brigões, pitbulls, mijões. Mas, quando vociferam contra Vavá por conta desses problemas, ele não hesita em retrucar: “É uma minoria! É uma minoria”!
3.
Terça-feira à noite, começa a bater um misto de depressão e desespero em Vavá. É a contagem regressiva do fim do carnaval.
Em verdade, o adeus da folia pra ele se inicia, pasmem, no sábado de carnaval – quando vai no Cordão da Bola Preta tomar benção ao bloco mais famoso do Rio de Janeiro. Sim, ali é o final, porque para Vavá, o carnaval começa quando se iniciam os ensaios nas escolas de samba, lá no meio do ano.
O que para muitos é o início do carnaval, para Vavá é o começo do fim.
4.
E tudo se acaba na quarta-feira de cinzas.
Vavá guarda as fantasias para o próximo carnaval. Chegou a hora dele voltar a sua realidade. O escapismo acabou e a alegria que a música carnavalesca lhe traz, também.
A partir de então, a fantasia passa ser a roupa de trabalho. A música, o barulho da grande cidade. A brincadeira sadia dá lugar ao stress diário e à hipocrisia geral. Os carros não são mais alegóricos. E a folia não é mais a mesma.
Vavá respira fundo e pensa: “Vamos que vamos!”
5.
Nesse carnaval, Vavá foi brindado com uma grata surpresa.
Eis que uma colombina que é dona do seu pobre coração, desde sempre, reapareceu do nada. Como um furação, sacodiu sua estrutura e Vavá, que se faz de durão, estremeceu. Ninguém manda nas coisas do coração
Carnaval também é tempo de amor, de encontros e reencontros. E no meio dos confetes e carnaval, Vavá reencontrou o seu.
6.
Vavá é tricolor e, embora o carnaval de verdade tenha acabado, na terça-feira, ontem teve um baile de carnaval no Maracanã. O Fluminense atropelou o Friburguense pelo placar de cinco a um, com direito a golaços de Bruno e do Marco Jr. E, justiça seja feita, o gol do Friburguense foi bonito demais.
Com Biro-Biro ou um jogador de velocidade, o time fica mais dinâmico, cria mais chances e, quando os atacantes estão inspirados como na quarta-feira de cinzas, o time deslancha.
Que Renato mantenha esse esquema.
Epílogo.
Vavá vai deitar para dormir. Acabou o seu carnaval.
Em outras épocas, estaria chateado.
Hoje não: seu carnaval foi sensacional, seu Fluminense ganhou e sua colombina voltou.
Nada mais importa.
Amém!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @mvinicaldeira
Imagem: PRA
Quem dera que o Friburguense fosse o nosso eterno adversário! Existem falhas defensivas em jogadas pelo alto e isto tem que ser bastante treinado. O time mostrou velocidade e, até o Sóbis, puxou um contra ataque veloz, já que tinha gente acompanhando. Vejo melhoras, mas o adversário é muito fraco. Sds Tricolores….