E não é que o Flamengo venceu o Fluminense no clássico de número 439? Mas, para a surpresa de ninguém, o Flu jogou melhor e não saiu de campo com mais um resultado normal, a vitória, porque o goleiro rubro-negro que tantas alegrias nos dá, resolveu se redimir junto à sua torcida.
Sobre o Fla x Flu, é isso. Não é comemorando derrota, como muitos falam. É comemorando a melhoria do nível tático do time.
Mas quero falar hoje sobre os furos e falhas do elenco tricolor em 2022. Até já escrevi sobre isso em outra ocasião, mas nunca é demais lembrar.
O Fluminense incorporou ao elenco jogadores, no mínimo, polêmicos.
Incorporou um volante/meio de campo que, salvo os gritos no gramado e uns dois lançamentos certeiros, pouco acresceu até agora.
Incorporou um lateral esquerdo vindo do potente e exponente futebol moldavo. Esse, se já tinha deixado uma péssima imagem na sua estreia contra o Bangu, pelo Carioca 2022, continua seu périplo pelo Tricolor, não sendo sequer escalado pelo treinador. Como já falei em outro momento, essa transação precisa mostrar muito a que veio, para que faça algum sentido no futebol do Fluminense.
O clube incorporou, por fim, o goleiro Fábio. Indiscutível tecnicamente, Fábio veio numa situação que despertou dúvidas e curiosidades. E por quê? Porque não era essa, nem de longe, a posição mais carente no Fluminense.
Porque Marcos Felipe era o goleiro titular do time, conquistando a posição em 2021, com honra, mérito e competência.
Porque, assim como vários outros jogadores do elenco, Marcos Felipe foi formado na base do clube, merecendo tratamento especial, sim. Não de coadjuvante.
Notícias veiculadas por jornais e blogs falam de uma possível negociação de Marcos Felipe com o São Paulo. Fatos e fofocas à parte, acho um péssimo negócio abdicar do melhor goleiro do time.
Numa possível ausência de Fábio, restará o contestado Muriel.
Parece mesmo faltar lógica nas decisões gerenciais do Fluminense e, repito o que já falei anteriormente, o problema continua sendo o péssimo, retrógrado e irritante modelo de gestão do Fluminense que (a) gerencia mal a sua base (técnica e psicologicamente); (b) vende mal seus jogadores (não apenas pelos valores e negócios que faz, mas também pelo mal uso que faz dos jogadores revelados no clube) e, (c) para piorar, é um dos piores compradores do mercado brasileiro.
Independentemente de ser goleiro ou não, o Flu não pode tratar assim suas crias. Mas sendo goleiro, uma atenção especial: um clube que teve Castilho, Félix e Paulo Victor não pode dispensar Marcos Felipe.