Amigos, amigas, antes da partida contra o Ceará, eu escrevi por aqui que o Fluminense precisava jogar oprimindo os adversários. A minha escalação era com Muriel; Gilberto, Nino, Digão e Caio Henrique; Allan, Daniel e Ganso; Marcos Paulo, Yony e João Pedro.
A ideia era de que o time marcasse alto e compactado, tirasse o jogo das imediações de nossa área e fosse ter posse de bola no campo do adversário, pressionando e roubando a bola.
Parece que Marcão me ouviu e adotou um conceito tático muito parecido contra o Ceará, mas cometeu o erro capital, recorrente no Fluminense pós-Diniz. Marcão escalou Ganso e Nenê juntos, com esse último no lugar de João Pedro.
O resultado foi que nós jogamos mais com a bola no campo do Ceará, mas nossa marcação foi furada várias vezes, por falta de combatividade no meio de campo. Ao tirar Nenê no intervalo, Marcão conseguiu pelo menos, com Nem, dar mais intensidade à equipe. Como o Ceará optou por segurar o resultado, o Fluminense passou o segundo tempo inteiro desperdiçando oportunidades.
Como Ganso foi pouco útil contra o Ceará, eu radicalizei na última coluna e pedi que saíssem os dois, Nenê e Ganso, até mesmo que Caio Henrique viesse para o meio para dar mais intensidade ao time na marcação, sem perder qualidade na transição.
A ideia de Marcão para corrigir o problema foi, com o retorno de Allan, manter Yuri e sacar Nenê. Como eu vinha dizendo, o grande problema do time era exatamente o Nenê. Ao ver a escalação, imaginei o Fluminense atuando num 3-1-4-2, com Yuri enterrado entre os zagueiros, Allan coordenando a transição e os laterais fazendo uma linha de quatro criativa, com Daniel e Ganso.
A ideia me parecia excelente, pois aproximaríamos dois homens com qualidade no último passe dos atacantes, sem perder amplitude no ataque, melhorando a marcação no meio de campo e ganhando a condição para atuarmos no campo do adversário.
Fui para o Maracanã confiante e esperançoso em ver um Fluminense funcional taticamente, o que não acontecia desde a demissão do Diniz. Pois eis que eu estava certo. O Fluminense teve tudo isso que eu estava pensando. Com Daniel e Ganso mais próximos dos atacantes, apareceu o talento de ambos. Ganso deu passes preciosos e Daniel apresentou uma característica da época de Sub-20, que é entrar na área para finalizar. Numa tabela entre ambos, Ganso deu toque de gênio para Daniel mandar no ângulo. O goleiro ainda resvalou na bola, antes que ela explodisse no travessão.
O Vasco, por sua vez, pouco criou. Ameaçou em um chute de longe e em uma jogada aérea. A noite só não foi perfeita porque o Sobrenatural de Almeida voltou a nos assombrar, embaralhando os critérios dos nossos jogadores na hora de finalizar. Marcos Paulo perdeu livre, de cabeça, na pequena área. Antes, tinha desferido um chute venenoso, coisa de quem conhece do riscado, mas a bola fez questão de subir dois centímetros além da conta, estragando a obra de arte.
Marcão acertou até nas substituições. Quando perdeu Gilberto, escalou Pablo Dyego em seu lugar. Pablo Dyego teve, inclusive, seu melhor momento na base jogando como lateral direito. Pode ser uma boa opção para essa reta final.
Com a saída de Yuri, machucado, não inventou. Trocou um volante por outro, colocando Dodi em campo. A troca de Ganso por Nenê foi um tanto questionável, mas teve o mérito de não mexer na estrutura que estava funcionando. O ideal era que entrasse Miguel Silveira para incendiar o jogo, mas já seria querer demais.
O fato é que o time manteve o mesmo volume de jogo durante quase 90 minutos. No segundo tempo, o Vasco teve dois ou três contra-ataques, que foram neutralizados na raça por nossos defensores.
Aliás, o que não faltou ontem e, reconheça-se, não faltou nunca a esse time, foi dedicação, entrega, mas ontem o time jogou com raça, com sangue nos olhos, que é algo um pouco diferente e é uma característica histórica do Fluminense desde que me conheço por gente.
Então, com um desenho tático correto, com sangue nos olhos e substituições que façam sentido, eu não posso garantir que escaparemos da degola, mas posso garantir que temos grandes chances de conseguir nossos objetivos, inclusive batendo adversários como São Paulo e Inter, mesmo em seus domínios.
Inclusive, foi interessante observar que tivemos duas grandes chances no primeiro tempo com Allan e Nino infiltrando-se como homens surpresa. A impressão que eu tenho é de que pela primeira vez eu vi em campo um time treinado.
Que continue assim.
No mais, temos que rezar para que o Gravatinha volte a atuar, de modo que as travessuras espirituais nos sejam favoráveis. Além, claro, de ficarmos atentos às arbitragens.
Ponto positivo para a união de todas as organizadas em torno de uma só bateria. É bem verdade que houve muitos momentos em que o negócio virou uma tremenda algazarra, com diferentes levadas simultâneas, mas isso é o menos pior. Nosso canto saiu forte, fazendo com que o Setor Leste participasse ativamente do incentivo ao time.
Estão todos de parabéns.
O Fluminense precisa de união, de força. Se não nos une o bom senso, que o faça o amor.
Saudações Tricolores!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
#credibilidade
Caro Savioli,
Primeiramente, parabéns pelo excelente artigo!
Quanto ao time ideal, considerando a falta de gols e péssima fase do Yoni, não seria a hora de manter o Yuri e colocar o João Pedro para “empurrar para o gol” no lugar do Yoni?
Abraço.
ST.
Também tenho esperanças de que os gols possam começar a aparecer e o VAR não volte a atrapalhar. Achava que o Marcão deveria cair por teimosia, mas começa a fazer as coisas certas e, deu azar com a contusão do Julião, além dos questionados Gilberto e Digão não terem comprometido.
A minha dúvida é se o Fluminense encurralou o Vasco ou se jogou estrategicamente por uma bola.
PS: Ainda acho que a nossa salvação possa vir de Marechal Hermes.
Fala Savioli.
Como sempre, escreveu um texto coerente sobre o nosso Fluminense. Este time que o Marcão mandou a campo, chamaria de um 4-4-2 clássico, pode ser a melhor escalação pra essa reta final. Muriel pouco trabalhou (acredito também que pela pouca qualidade do adversário), e a equipe criou várias chances, inclusive com o, na minha opinião, injustiçado Ganso.
Só espero muito que o “Dr. CB” não invente de trocar o treinador. Sinceramente acho que seria carimbar o passaporte pra Série B…