Mano Menezes: um dia, um adeus (por Edgard FC)

Uma das coisas mais importantes que diferem o profissionalismo do amadorismo é saber o que é mais importante: a relação amigável ou o objetivo a ser alcançado.

Qualquer ser humano comum sempre terá dificuldades em compreender o momento de encerrar um ciclo, tomar decisões, modificar rotas e construir outros caminhos.

Se Mário Bittencourt em breve ultrapassará a marca de dois triênios na presidência do clube e já faz hora extra, o atual treinador Luiz Antônio Venker Menezes, mais conhecido por seu apelido Mano, já cumpriu sua função pelo Fluminense, com amor e com vigor.

Mano foi fundamental em um ano de pouca inteligência, pouca inspiração, nenhuma transpiração e muita arrogância e prepotência. De tanto que esticaram a corda, quase se enforcaram nela própria e sucumbiram de tanta empáfia.

Sua chegada trouxe fim a uma depressão esquizofrênica que só não foi pior porque em um primeiro momento, Mano estancou sangrias e rompeu com alguns motins do vestiário. Seu estofo encaixou o time para fugir do vexame do rebaixamento, algo que o torcedor tricolor não merece, pois os traumas dos que aconteceram e, sobretudo, dos que não foram, faz verter lágrimas nos mais psicopatas dos ateus.

Findada a temporada, com a equipe sendo salva do descenso e ainda tendo como consolação um tíquete para disputar a Copa Sul-Americana, o trabalho do treinador teria sido coroado e se encerraria com honrarias, cravaria seu nome na história de alguma forma.

Iniciando novo momento, seria momento de restaurar o planejamento (se é que havia algum) em ano com o Super Mundial de Clubes por disputar, além de poder resetar um modelo de jogar mais condizente aos anseios de uma equipe enorme do futebol brasileiro.

Mas infelizmente a condução do clube das três cores que deveria traduzir tradição, pioneirismo e altivez, sem esquecer da fidalguia, não é tocada de forma a produzir resultados, conforme se exige no topo das cadeias produtivas, mas sim quando muito, alegrar alguns poucos que se servem dos valores gerados, via comissões, cargos e tráficos de influências.

Por fim, não creio que as ideias de Mano Menezes compreendam o ser Fluminense e parafraseio a gigante atriz tricolor Fernanda Montenegro, que nos disse anos atrás: ‘o Fluminense um dia precisa caber em si mesmo’.

Os ventos de uma mudança verdadeira precisam bater com força em Laranjeiras, no Centro de Treinamento Carlos Castilho e salvar o querido e eterno pavilhão.