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Diante de tudo o que aconteceu nestes dias e especialmente hoje, o que dizer de um jogo que não se viu? Não chegaria a constituir novidade para uns e outros da “imprensa tricolor” (pfffff) que esperam a crônica alheia para colar enrustida e descaradamente, mas não aqui. Depois de mil colunas, não dá: é preciso respeitar quem nos acompanha.
Assim sendo, vale o dito pelo camarada Rafael Marques na Rádio Globo, acompanhando o impecável Edson Mauro. Gosto dele desde que era criança. Por alguma razão, ele dava sorte ao Flu: sempre narrava vitórias. Gostei desde então, além de ter uma narração espetacular, límpida. Lá se vão quarenta e dois anos. Rivellino ainda era do Fluzão. Joguei muitas partidas de botão com o Rafael, bons tempos. Paulo Andel United versus Mundial. Clima familiar com abraços ao Caio Barbosa e mensagem do Marcos Caetano lá da Flórida. A única coisa estranha foi ouvir rádio pela TV, mas um dia eu viro moderninho
E o que disse o comentarista? Que no primeiro tempo o Fluminense teve mais volume, pressionou, pressionou, mas não ameaçou o gol do Macaé, que fez um blocão defensivo para segurar o empate. Então foi um jogo de muito ataque e pouco chute, sem efetivação. Pro Rafael na análise do intervalo, o Flu precisava de um outro volante ou alguém para subsidiar Nenê – que correu como sempre -, fosse Dodi ou até o execrado Ganso (que foi muito mal no domingo, mas acabou sendo o bode expiatório da crítica seletiva), além de não acreditar que o Macaé pudesse manter o blocão com o mesmo vigor. Ah, teve um chute perigoso do Orinho, acreditem – o goleiro foi buscar no pé da trave.
Segundo tempo, no começo, dez minutos, aka Rafael: o Fluminense sem ímpeto no ataque e o Macaé melhor ajustado na defesa, sem tanta pressão. O Flu sentindo a falta de ritmo ainda por conta da pandemia. E Odair sem intervir em soluções para mudar o paradigma do jogo: o Fluminense atacando mas sem ameaçar, o Macaé na dele. Quando mexeu, trocou Nenê por Ganso. Diria o Chiquinho Zanzibar: “Meus sais!”. Dez, vinte, trinta minutos e nada. Trinta e cinco, zero a zero, mais do mesmo.
Entraram Pacheco e Caio Paulista, saíram Wellington Silva e Marcos Paulo. Caio Paulista, produção? O Wagner Victer deve ter feito piada no Whatsapp. E Fred, ainda no ritmo de 2019, se mandou, entrando Evanílson. Hudson fora, Dodi dentro. Esse monte de substituições parece coisa de amistoso, quando havia – hoje em dia, o calendário dificulta. No fim, o Flu ainda tentou uma pressão, escanteios, balão e nada. Não ganhou, não fez gol no lanterna do grupo, mas se classificou. Nino e Matheus Ferraz foram seguros, Muriel não comprometeu.
Desta vez não foi culpa do Ganso. Uma análise mais lúcida e menos imediatista permite compreender que o problema é bem mais complexo, com muitos gargalos. O Rafael criticou o Odair com classe e é justo. Não basta apontar um bode expiatório, é preciso bem mais.
No fim, uma velha certeza inabalável: no rádio o jogo é sempre mais emocionante do que na TV. Com Edson Mauro, o Fluminense tem aquele maravilhoso sabor da infância, Edinho, Paulo Goulart, um mundo à frente. Hoje tirei para me divertir, mesmo que o time não ajude em campo. Que venha a semifinal no domingo, vamos ver no que dá. O Botafogo costuma aporrinhar.
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Tudo isso, a rescisão e a celeuma da transmissão só querem dizer que a força da ganância joga contra o futebol e o povo, uma covardia intensificada pelo momento que passamos.
No mais, seria legal o Flamengo montar dois times e jogar contra si mesmo, aumentando o ímpeto masturbatório dos que se consideram os reis do universo. E que a Globo receba os devidos ajuizamentos. Se o país é uma tragédia, ao menos ainda há resquícios de lei.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
#credibilidade
Finalizou bem a coluna. Bem melhor do que os atacantes do Fluminense. ST
Muriel frangou e Egidio fez lambança, logo Ganso nao foi o maior culpado. Com essa média de idade altíssima, seremos previsiveis e pode vir + 2009 por aí: só derrotamos a matemática quando Cuca colocou a garotada. Fred pode acabar manchando seu histórico no Flu: nota mil no marketing e sofrivel em campo. A Ferj tanto ajudou a molambada que agora apronta, criou cobra pra pica_los.