Numa das fotos mais emblemáticas da história do Fluminense, feita em fins dos anos 1970 para a Revista Placar, o jovem goleiro Paulo Goulart foi clicado junto de duas figuras legendárias do gol do Fluminense: Marcos Carneiro de Mendonça e Félix.
Paulinho, cujo bigodão sugeria sua idade maior do que a real, seria uma figura fundamental para o título estadual de 1980, mas levou tempo até conseguir se firmar. Profissionalizado nos tempos pós-Máquina, estreou em 1977 mas só teve a grande chance em 1979, quando Wendell e Renato, goleiros de padrão Seleção Brasileira, deixaram o clube. E não a largou. Pegou pênaltis de Zico, Roberto Dinamite e Nelinho. A torcida ficou louca por ele. Com suas defesas, PG garantiu o título do primeiro turno na disputa por pênaltis contra o Vasco.
Dá pra imaginar o tamanho de Félix e Marcos Carneiro de Mendonça? Colossal. Campeões pelo Brasil, multi campeões tricolores, símbolos de suas épocas. Presenças permanentes nos posters dos títulos.
Desde sempre o Fluminense foi considerado um celeiro de goleiros do país. Os que não eram da casa o Flu trazia de fora, casos mesmo de Marcos e Felix. Anos mais tarde, valeu o mesmo para Cavalieri. Hoje, Fábio e o gigante mas ele é sucessor de uma longa linhagem.
Paulo Goulart sempre foi muito gentil com este PANORAMA. Adiamos uma live que infelizmente jamais aconteceu. Sua humildade era impressionante, a ponto de dizer que se sentia lisonjeado em ser lembrado por coisas muito antigas – como se os mais velhos pudessem esquecer as incríveis defesas de pênaltis ou o título imortal de 1980, numa escalação que ficou para sempre: Paulo Goulart, Edevaldo, Tadeu, Edinho e Rubens Galaxe; Deley, Gilberto e Mário; Robertinho, Cláudio Adão e Zezé, comandados pelo espetacular Nelsinho. Depois da entressafra com o fim da Máquina, uma gestão confusa e três anos sem título, o jovem e barato time de 1980 superou os poderosos Vasco e Flamengo, celebrando uma conquista que o tempo só valoriza.
Os garotos tricolores que viram Zico cabisbaixo no Fla x Flu de outubro de 1979 nunca mais se esqueceram.