Mais uma vez, já na escalação o Fluminense vai a campo sob muita suspeição e incompreensões, nos onze iniciais e na composição dos reservas. Tendo lesões de Luiz Henrique e Gabriel Teixeira e ainda a suspensão de Fred, o esquema hoje foi bem mais fácil de ocorrer.
Em campo, mesmo tendo supostamente um trio de atacantes mais leves, o Fluminense foi incapaz de imprimir ritmo e sequer ensaiou pressão ofensiva, nem com a bola e muito menos sem ela. O que vimos foi um show de erros e equipe muito espalhada em campo, sem aproximações e com pouca inspiração.
Abusando de algumas inversões improdutivas e bolas longas em excesso, o Fluminense não ameaçou em nenhum momento a goleira do goleiro Douglas, tendo apenas um chute em cima dele vindo dos pés errantes do Lucca, que embora brigador, foi muito mais percebido em campo por seus erros e por ter ficado até o final da partida sem conseguir nada além de ter seu nome reiteradamente mencionado por erros de passes e perda da posse.
O trivote do meio com André, Nonato e Yago não fez construção, sendo incapaz de se manter no centro do gramado e nem de manter a posse de bola. Nas fases defensivas não pressionaram o Juventude que ganhou muito mais que perdeu nas tentativas, embora poucas também, mas superiores.
Vamos as desculpas, umas já ditas por jogadores e outras que nossa observação pode permitir: cansaço em pouco tempo de recuperação para alguns jogadores, névoa que pode ter atrapalhado algum senso de posicionamento e campo de visão, o famoso detalhe além da falta de ambição de um clube que se desidrata cada dia mais. Mas o problema maior parece ser a bola. Ela além de esférica, atrapalha o rendimento de alguns jogadores, como Caio, Lucca et al.
Sobre os esquemas, o Juventude apresentou variações dentro do jogo, tanto na construção ofensiva, como também na pressão defensiva, quase sempre alta e cortando a linha de passe do Fluminense. Já no Fluminense o esquema é sempre o mesmo, dentro e fora de campo. São sempre as mesmas coisas, os mesmos processos, o mesmo padrão. Se há algum tricolor com um mínimo de senso crítico, já percebeu como esse padrão se desenrola, o “correr para não chegar” e as escalações e substituições inexplicáveis.
Sacar o JK no intervalo sendo ele o único atacante do time com alguma mobilidade, adicionando Jhon Arias, mais uma vez fora de posição onde já rendeu na vida, além das entradas de Daniel (Dani Bolt) de forma inexplicável e sem objetivo que não o de ter no histórico a desculpa de que usou a base, são doses alopáticas de escárnio e deboche. E por fim, a cereja triunfal de Marcão e dos que o ajudam a escalar, montar e lançar os jogadores em campo, veio mais uma vez a campo Gustavo Apis, jogador que o Fluminense desembolsou uma pequena fortuna, tendo como único destaque na carreira jogar bem pelo Nova Iguaçu na extinta Seletiva do Cariocão no início da temporada.
Nada com os jogadores, eles estão ‘conseguindo’ seus espaços, e que bom que estão conseguindo, inclusive ‘furar’ algumas filas, mas isso não pode ser considerado normal, nem por quem deu tampouco por quem já deu dois ou mais treinos. Não há justificativa se não os negócios da bola, aqueles que o venerável não conta nem com uma pistola apontada em sua cabeça (palavras do mesmo em um de seus monólogos enfadonhos e mitômanos).
Oxalá haja algum senso de ridículo dos jogadores e do que ainda podemos chamar de Comissão Técnica, porque o roteiro dessa tragédia já está anunciado há quase uma década.
Excelente! exatamente o que penso. A cereja do bolo foi a vitrine para os dois jovens. Só que acho que ainda não fugimos do descenso. E haja negócios! ST