Gramados são feitos de terra batida, estádios se transformam em caldeirões, juízes são pressionados e jogadores se transformam em gladiadores. Isso é Libertadores. Os times que entram no campeonato mais difícil do mundo precisam se acostumar e se encaixar no esquema ou por mais qualificado que seja seu elenco, sua permanência não será longa. Vejam bem, não estou dizendo isso de forma que pareça certo, mas sim de forma resignada. A competição já foi muito mais brutal, mas graças à massiva cobertura da imprensa as coisas se tornaram mais civilizadas. Melhor do que hoje é difícil ficar. Então é partir pra cima e entrar na dança de uma vez.

Aposto que quando coloquei ali em cima “campeonato mais difícil do mundo”, muitos pensaram na Champions, na Copa do Mundo ou em outros da moda. A diferença é que nesses citados, os times jogam em palcos quase sempre perfeitos onde o costume é seguir as regras, enquanto na Libertadores, os times jogam em arenas que muitas vezes são verdadeiras terras-de-ninguém. Não é à toa que muitos jogadores carimbados por lá sentem a pressão daqui e falham. O que dizer dos zagueiros Lúcio e Cris? Apesar de toda a experiência, deixaram São Paulo e Grêmio na mão.

Trazendo essa questão pro nosso lado, quem parece ter sentido foi o Rhayner. Não jogo a responsabilidade em cima dele, mas o Fluminense tem sido praticamente ele+10. Sua importância no esquema, no time e nos jogos tem crescido a cada jogo. O garoto que sorri mesmo nos lances perdidos passou os 90 minutos (sim, estou incluindo o tempo que ele ficou no banco depois de ser substituído) contra o Emelec de cara fechada. Hoje ele é o termômetro tricolor e o Abel vai ter que dar uma atenção especial a ele até quarta-feira. O Fluminense já tinha que estar mais bem acostumado com essas situações. Além das últimas Libertadores e suas confusões, tivemos também aquela Sul-Americana.

Mas não é apenas dentro de campo que o tricolor precisa aprender a agir. A Conmebol, talvez por não aceitar nossa superioridade (ou a língua portuguesa, vai saber…), nunca olhou o Brasil com bons olhos. Os times brasileiros sempre tiveram que penar dobrado para vencer. Sempre oferecemos as melhores condições aos visitantes e por muitas vezes somos recebidos com as piores. As regras da Confederação beneficiam os antijogo em detrimento à nossa qualidade. É preciso uma atuação mais forte, não apenas do Fluminense, junto à instituição.

Para finalizar, o que dizer dos juízes? Quantas vezes vocês ouviu na televisão alguém falar que o juiz tal tem fama de caseiro (detalhe: nunca a favor dos brasileiros)? Quantas vezes repetiram que na Libertadores “aquilo” não é falta?  Precisamos de mais respaldo da CBF, precisamos cobrar e parar de acreditar que apenas nosso futebol será suficiente. Declarações para a imprensa não adiantam em nada. Continuando assim, o pênalti não dado a nosso favor contra o Boca em 2012 e o pênalti inventado na última quinta-feira continuarão a se repetir.

Isso é Libertadores. É aprender a lidar ou pedir as contas.

ST!

Nos acréscimos:

– Sobre o caso Deco, ainda não sei como me posicionar. Não o conheço pessoalmente, porém ele parece ser um cara bacana, fez muitos amigos por onde passou e hoje é um espelho para vários garotos. Mas você colocaria a mão no fogo por algum jogador de futebol?

– Estive no Uruguai semana passada e em breve passarei alguns relatos. Foi muito bacana andar por lá com a camisa tricolor. Muitos vinham conversar e outros ficavam apenas olhando. Dois vieram “tirar onda” perguntando quantas Libertadores o Fluminense tinha. Eu respondia: essa agora!

– Ah sim, temos o Botinha amanhã pela final da Taça Rio. Me divirto com a cachorrada querendo latir alto.