O futebol sem intervalo 2020/2021 e a saúde dos jogadores (por Eliane Gonçalves)

Em coluna anterior neste PANORAMA, parabenizei a equipe técnica do Fluminense por ter iniciado o retorno das atividades durante a pandemia, em tempo hábil para voltarmos ao campeonato em condições competitivas.

O que vimos no Campeonato Brasileiro foi um Fluminense em par de igualdade, pelo menos no que tange ao condicionamento físico.

No decorrer do Brasileirão vimos um Fluminense com condições de se manter no G8 e em condições de disputar a Libertadores, o que acabou de confirmando.

Tivemos um campeonato com dois meses a mais que o normal, pois, mesmo durante a pandemia, os jogadores precisaram manter sua condição física e consequentemente os treinos, ainda que em casa.

Finalmente terminada a temporada 2020, temos o início do Campeonato Carioca e não somente no futebol do Rio de Janeiro, mas se estendendo a todos os outros estados.

Qual o custo dessa continuidade dos campeonatos? Pois o ano está começando e com ele a Libertadores, a Copa do Brasil e, à frente, o novo Campeonato Brasileiro, tudo sem pré-temporada.

Inicialmente poderá ocorrer uma queda da imunidade, fadiga, alterações do sono (muito importante para o treinamento e respostas a ele), dor de cabeça, aumento da irritabilidade e, principalmente, dores musculares frequentes. Respostas estas que, de início, podem aumentar o quantitativo de lesões, enfermidades diversas e até mesmo a síndrome do excesso de treinamento.

A referida síndrome é caracterizada por alterações metabólicas, redução do desempenho do atleta dentro e fora de campo e do aumento da incidência de contusões, bem como infecções virais e bacterianas, por queda de resistência imunológica e alterações da frequência cardíaca, podendo levar à miocardite.

A forma que vemos como são direcionados os campeonatos no Brasil não protegem a saúde do jogador e dificultam a formação de um time base, pois para a equipe ter êxito precisaria ter dois times competitivos para que, no final, consiga estar no patamar máximo do futebol.

O Fluminense, assim como qualquer outro time, terá dificuldade em se manter bem nos campeonatos, pois a opção seria trabalhar com reservas nas competições menos impactantes e direcionar o grande time somente para as competições que são alvo (porém, vale salientar que tudo isso depende do fator financeiro).

Vamos esperar quais serão as opções que teremos para que tenhamos êxito como o ano de 2020, mesmo durante a pandemia, em que o Fluminense realizou uma estratégia física assertiva, levando a pelo menos findarmos o Campeonato Brasileiro no G5.

2 Comments

  1. Não sou Fluminense, mais sou fã do futebol e principalmente de quem faz programas de qualidade, falam sem fanatismo e sim com conhecimento e qualidade. Parabéns equipe PA NO RA MA
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