Já com os aprendizados em mente e senso de urgência no coração, o Fluminense foi até aos arredores do Guaíba enfrentar o Inter, com o que o treinador julgou ser o melhor escrete.
Dentro do que discutimos e observamos durante a última semana (segundo como pensa o treinador tricolor), os onze iniciais apontavam um alívio por acreditarmos que teríamos chance de competir, mas ainda muito longe do ideal.
Com o meio aditivado com Alexsander, abrindo mão de Jota Ká na frente, Diniz repetiu a escalação do jogo da volta da decisão estadual diante do Flamengo, partida em que vencemos por quatro a um.
Mas o que fomos obrigados a assistir na primeira etapa foi um baile do tipo ‘polca louca’, decretando o fim da meia-boca, em que a galera arrasou o quarteirão.
Os guris colorados se impuseram e em escanteio cobrado na segunda trave, Gabriel Mercado livre subiu e soberano estufou as redes. Já havia feito no Maracanã, mas na ocasião a bola resvalou em seu braço e a arbitragem anulou o que seria os três a um do Time do Povo.
O Tricolor só conseguiu tentar competir quando houve alguma ‘desobediência tática’, no momento em que os jogadores chamaram um pouco a responsabilidade para si. Marcelo foi visto pela meia direita, Arias pela esquerda e assim conseguimos criar.
Na segunda etapa, Diniz mexeu: entraram Martinelli e Jota Ká, saíram Alexsander e Felipe Melo, este último, como de costume.
A equipe administrou melhor o setor de combate, desde a defesa até a criação, embora ainda com desequilíbrios, pois Marcelo tem prazo de validade e Keno sem criatividade.
Mas havia alguma coisa escrita nas estrelas, o imponderável está aqui por sobrepor as mazelas, do presidente ao faxineiro, passando pelos analistas e afins.
O Inter de Porto Alegre empilhou chances de liquidar a fatura, com duas grandes chances, com Valencia, uma com os pés, outra com a cabeça, na pequena área, com Fábio já batido.
Instantes mais tarde, Lima, o jogador que mais atuou na temporada ao lado de Fábio, entrou no lugar de Ganso, que jogou tateando estrelas distraídas, mas sem conseguir efetivar as jogadas mais agudas.
Mesmo com mexida aleatória, talvez visando um ‘gol cagado’, Diniz trocou o insuficiente Guga pelo indescritível Yony González. O colombiano iniciou a jogada que culminou com passe de Cano para John Kennedy driblar o marcador e, de cavadinha sobre o goleiro Rochet, empatar a peleja.
Tal qual um desafiante de Mike Tyson, o Internacional sentiu o primeiro golpe. Mesmo podendo manter guarda, não conseguiu. Sucumbiu.
Em lance de persistência, já com Marlon em vez de Keno, Jota Ká, de calcanhar, serviu Cano que, sem medir qualquer consequência, virou o jogo e cravou o Fluminense na final da Libertadores, que será disputada em jogo único no Maracanã.
Nós precisamos reaver o que deixamos escapar em 2008. Tivemos, na ocasião, mais de uma hora para marcar mais um gol sobre a pequena LDU e não fizemos.
Espero que agora os que comandam o Fluminense tenham anotado tudo que precisamos fazer para gritarmos “É campeão”. Chegou a nossa hora.
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Ficha Técnica
INTERNACIONAL 1 x 2 FLUMINENSE
Copa Libertadores da América – Semifinais Volta
Beira-Rio, Porto Alegre-RS
Quarta-feira, 04/10/2023 – 21:30h (Brasília)
Árbitro: Jesús Valenzuela (VEN)
Cartões amarelos: Bruno Henrique 77′ (INTERNACIONAL); Matheus Martinelli 70′ (FLUMINENSE)
Gols: Gabriel Mercado 10′ (INTERNACIONAL); John Kennedy 81′ e Germán Cano 87′ (FLUMINENSE)
INTERNACIONAL: Sergio Rochet; Hugo Mallo, Vitão, Gabriel Mercado e Renê; Jhonny (Lucca 90′), Charles Aránguiz (Bruno Henrique 74′) e Alan Patrick; Maurício (Carlos de Pena 74′), Wanderson (Luiz Adriano 90′) e Enner Valencia. Téc.: Eduardo Coudet. 4-2-3-1
FLUMINENSE: Fábio; Guga (Yony González 80′), Nino, Felipe Melo (Martinelli 46′) e Marcelo; André, Alexsander (John Kennedy 46′) e Ganso (Lima 65′); Jhon Arias, Keno (Marlon 85′) e Germán Cano. Téc.: Fernando Diniz. 4-3-3
Caro Edgard
Os seis minutos não saírão de nossos corpos e mentes, com a ferida de 1992 finalmente fechada. Nos resta a ferida maior. Um mês da longa espera de 15 anos, para podermos alcançar a Glória Eterna, e descansar em PAZ por uma Eternidade
Parabéns por mais essa Ótima Crônica
eFLUsivo abraço
Mario Gatti