Imprensa, hipócrita imprensa (por Paulo-Roberto Andel)

coerência

Coisa de duas semanas atrás, a banda podre da imprensa esportiva brasileira vociferava aos quatro cantos em prol do enforcamento de Scolari e tecia todas as loas ao trabalho de Joachim Low à frente da Alemanha campeã – aliás, muitos jornalistas adoram expressões como “trabalho”, “legado”, “gestão”, “projeto” e a mais recente: “perder o vestiário”.

Longe de entrar no tema das falhas do ex-treinador da Seleção e dos acertos do vitorioso alemão – o que daria um livro -, o que me interessa por ora é discutir sobre algo que parece extremamente escasso em redações e estúdios: coerência.

Low, competentíssimo, teve oito anos para trabalhar o time germânico. Não conquistou títulos. Teve tempo, muito tempo,  para moldar e aprimorar seu time, em paralelo ao planajamento organizado pela federação alemã de futebol, investindo em jovens talentos por muitos anos.

Dunga, recém-contratado, merecido alvo de determinadas críticas e também de alguns elogios, é a bola da vez para ser ridicularizado nas matérias. Embora ainda tenha muito a aprender em termos de respeito próximo, não sejamos hipócritas como os artífices dos meios de comunicação: caiu em 2010 quando se indispôs com funcionários da Globo. Fechou treinos, foi crucificado. Antes da derrota para a Holanda (aka Júlio César) já era fuzilado.

Scolari recentemente foi defenestrado por, entre outras coisas, parecer “ultrapassado” e ser “liberal”, deixando os treinos “bagunçados” com abertura e livre transmissão. Exatamente o contrário de Dunga. Abriu treinos, foi crucificado. Claro que os 7 x 1 foram terríveis, mas se tivessem sido apenas 2 x 0 o apedrejamento teria sido o mesmo.

Ontem, bem sabido por todos, Vanderlei Luxemburgo assumiu a Lagoa Gávea, retornando depois de dois anos. É o quinto treinador de uma gestão conturbada e marcada pelo escândalo Flamenguesa.

Estranha-se o fato de nenhum dos grandes formadores de opinião ter saído em defesa de Ney Franco, ex-treinador, demitido depois de… sete jogos – e, portanto, incapaz de realizar o “trabalho” que os mesmos tanto elogiaram em Low. Ressalte-se que muitos jornalistas esportivos ainda  apontam a atual direção rubro e preta como exemplo da vanguarda administrativa do país: “trabalho”, “administração” e “modelo”.

Por outro lado, o mesmo Vanderlei, tratado com chacota pelos intocáveis jornalistas, é apontado por outros notáveis FlaPressianos como possível marco de “um novo projeto”.

Qual o encadeamento disso tudo?

Simples: todos sabemos que a Lagoa Gávea tem a notória preferência jornalística esportiva também conhecida pela alcunha de FlaPress (ou Fla-Imprensa, excelente redação do craque João Saldanha).

Esperava-se que, ao menos em caso envolvendo o seu mais queridão, a BP da imprensa esportiva tentasse mostrar coerência mínima em relação às defesas intransigentes que fez nos assuntos relativos à Seleção Brasileira.

Mas reconheço ser uma espera ingênua: em nenhum momento, coerência foi o forte dessa turma.

São os mesmos que veem a grande gestão Flamenguesa e dizem ser Fred o principal motivo da debacle da camisa amarela em 2014.

Ney Franco certamente aprendeu uma lição ao largar o Vitória no começo do campeonato brasileiro: a de não confiar em fanfarrões.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

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1 Comments

  1. Caro Andel,

    Você Viu Essa Notícia??

    http://zip.net/bxn7Wg

    Por Essa, Nem Juca Kfoda-se, Nem Milton Fezes, Nem André Risverme E Nem Renato Maurício Traste Esperavam!!

    Só Espero sinceramente que eles não sejam tão injustos e covardes com o Justiceiro, quanto foram com o Fluminense.

    Temos Que Esperar Para Saber Se São Devaneios De Ex-Mulher Ou Se O Dono Da Verdade-Pela-Metade Gosta De Um Por Fora.

    Agora Pergunte Se Algum Deles Falou Sobre Isso Em Alguma De Suas Colunas??

    Sds.

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