Não se faz um ídolo por decreto (por Paulo-Roberto Andel)

Parte da torcida tricolor está uma fera com o processo movido por Pedro, ex-jogador do Fluminense e ex-ídolo por decreto. E tem toda razão.

Agora, ídolo por decreto? Como assim?

É, por decreto.

Primeiro, Wagner Victer deixou uma excelente coluna publicada aqui. Falta aos jogadores da base a verdadeira noção da grandeza do clube, e isso é um problema para ontem.

Segundo, sinceramente: Pedro foi ídolo? Não. Na verdade foi o terceiro pilar de uma trapalhada política desde a saída de Fred, que agora está a caminho do CT Castilho.

Tudo começou quando o atacante foi subitamente negociado com o Atlético em 2016. O flusocismo determinou que o Fluminense precisava logo de um ídolo, então a velha panfletagem das redes sociais apontou seu canhão para quem? Gustavo Scarpa, o Bigodinho. O resultado todos já sabem. Jogador razoável, desprovido de qualquer carisma, teve uma saída conturbada e, sejamos sinceros, bem escrota.

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Dada a aposta furada, um novo alvo entrou na alça de mira. Henrique Dourado, o artilheiro, virou o novo xodó, ainda que fosse tecnicamente sofrível. Teve um ano de gols, o melhor de sua carreira, cobrou pênaltis com categoria mas logo viu a chance de se mandar e assim o fez – e logo para o rival. As crianças que adoraram a comemoração de degola ficaram a ver navios.

Pedro era a opção evidente para a camisa 9. Pela terceira vez consecutiva, a politicagem impôs sua condição e o jovem artilheiro passou a ser tratado como o “Novo Fred”. Teve uma contusão grave (e agora acusa o clube…). Voltou, fez gols, forçou a barra (sozinho ou não) e foi negociado. Agora lambe as botas do rival.

Três trapalhadas históricas que jamais deveriam ter acontecido, e que não devem ser repetidas. Não se forja um ídolo por decreto e panfletagem virtual, é preciso muito mais do que isso: grandes jogos, gols, títulos, vivências. Ser ídolo é uma decorrência natural e não forçada.

Agora que boa parte da torcida tricolor está uma fera com Pedro, vale a pena lembrar dos equívocos para nunca mais repeti-los. Ser ídolo é para poucos.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

#credibilidade

1 Comments

  1. O grande problema é que eles não ficam o tempo suficiente para se tornarem ídolos, assim que se destacam, são vendidos. Isso não começou com o Peter, ele apenas aperfeiçoou a técnica de se perder joias a preço de banana. Lembre-de Marcelo, ainda na era Unimed, a maior joia que perdemos por uma merreca. ST

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