Nervos à flor da pele, tensão. Para nós tricolores e para eles de três cores. O Fluminense chegou a Porto Alegre para jogar sério, sabendo que poderia sair classificado, mas que o empate também não seria mau negócio. O Grêmio nos recebeu com a consciência que não seria capaz de repetir o placar do primeiro jogo, mas que não poderia perder e se lançar à sorte na última rodada. O resultado disso foi um jogo de força, com muita marcação, respeito e cautela.

Após muito estudo entre os dois times, foi do Grêmio a iniciativa de tentar o gol. Porém não é qualquer um que é o guarda do gol do Fluminense, mas Diego Cavalieri. Quando parecia que o time de Porto Alegre tinha certo domínio, Dida teve que operar um milagre após cabeçada do Gum e ainda rezar para a bola ir pra fora, após o rebote interceptado pelo Carlinhos em um belo peixinho. Então, quando parecia que todos esperavam pelo intervalo, surgiu…

O idiota

Obviamente, eu comemorei com toda a torcida tricolor, mas o cara só pode ser um tremendo de um idiota. No finzinho do primeiro tempo, Cris, o dublê de zagueiro (sempre achei ele muito ruim), no meio de campo, perto da lateral, dá um tranco, dois trancos e, não contente, um pontapé no Rafael Sóbis. Obviamente e de forma justa, levou um cartãozinho vermelho para ficar esperto. Como prêmio, saiu de campo sob as vaias da própria torcida. Pela televisão foi possível ver até o gandula fazendo aquela cara de “deu m…” na hora do lance. Infelizmente não havia tempo para aproveitar o descontrole gaúcho.

E agora?

Durante o intervalo, as perguntas que não queriam calar eram:

– Como o Grêmio vai conseguir se armar pra segurar o Fluminense?

– Quanto tempo até o juiz expulsar alguém do Flu?

Acontece que os dois times têm dois excelentes técnicos. Luxemburgo, sabendo que uma derrota poderia colocar tudo a perder, mexeu no seu esquema e montou uma arapuca defensiva para pegar o Fluminense assim que cometesse qualquer erro. Enquanto isso, o Abel, que de bobo não tem nada, alertou o time sobre uma possível expulsão e tratou de deixar todos tranquilos. Nós não precisávamos nos lançar loucamente ao ataque para “aproveitar” o homem a mais. O lance era tocar a bola e inverter jogadas, até aparecer o espaço. Assim fez o time das Laranjeiras. Jogou muito sobriamente e mereceu o gol no segundo tempo, mas…

O mundo contra Rhayner

Me pareceu que ele sentiu um pouco o clima de decisão, mas, mais uma vez, foi injustiçado. Foi incansável e merecia fazer seu segundo gol seguido pelo Flu. Até o fez, mas o destino quis que não o fizesse. O bandeirinha invalidou o gol legal que sim, poderia muito bem ter aberto a porteira dos Pampas. Pouco tempo depois teve uma nova chance e finalizou de forma correta no cantinho, mas aí Dida, todo esticado, colocou a bola pra fora.

Lembra que o Grêmio jogaria nos erros do Flu? Pois assim o fez e, em um ou outro vacilo nosso,  também levou perigo. Michael, encharcado de suor, deu lugar a Samuel e, como eu previ, Felipe entrou, mas diferente do que eu achava, não foi decisivo. Aliás, nem sei se tocou na bola. Monzón também foi a campo, mas só teve tempo pra fazer uma besteira, que, por bem, não deu em nada.

No fim, o empate sem mudança no placar, foi melhor para nós do que para eles. Na próxima quinta-feira, em São Januário contra o Caracas, dependemos apenas de nós mesmos. Já o Grêmio terá que jogar sua vida no Chile. Uma nova chance de dar aquele troco agora depende mais do time do pofexô do que do time de guerreiros.

Para não dizer que não falei do Edinho, pareceu até que ele juntou todas as suas recentes péssimas atuações para se agigantar no jogo de hoje. Marcou, correu e armou o time. Como dizem: um leão em campo.

Agora é mandar um “pedala Robinho” no “mengão” e acertar o time pra semana que vem.