Grandes x pequenos (por Luis Brito)

Chega a ser covardia o tamanho do abismo que os clubes “pequenos” do Rio de Janeiro enfrentam quando fazem jogos contra os “grandes” no Campeonato Estadual. Apesar da preparação física dos clubes menores começarem cerca de dois meses antes do início da competição, não conseguem igualar a qualidade técnica dos clubes de maiores expressões.

Os tropeços nos cinco primeiros jogos são absolutamente normais, até pelo “pique” que os pequenos apresentariam vindos de uma pré-temporada mais longa; contudo os grandes vão “treinando” e, com pouco esforço, conseguem vencer os jogos. Com o passar das rodadas, a qualidade técnica e o entrosamento vão aparecendo e sobressaindo dos demais.

Clubes como Bangu, Olaria, América (que está na segundona), Americano entre tantos outros chamados pequenos do Rio, já foram expressivos um dia, mas devido ao profissionalismo nos tempos atuais, não acompanharam e continuaram com as mentalidades pequenas, que talvez tenham atingido o Fluminense no fim dos anos 90; contudo, com um projeto (Parreira e Xerém) conseguiu se reerguer e hoje é um gigante no cenário nacional.

Difícil imaginar o América ou Bangu se levantarem de tal forma e assistirmos novamente um vice-campeonato brasileiro (1985) nos tempos de hoje, até por que times de outras regiões já se estruturam e dificilmente vão ser derrubados.

Sem fugir do raciocínio do cenário carioca, vamos voltar ao “charmoso” campeonato do estado do Rio de Janeiro, que com o tempo foi perdendo o charme, deixou de ser um torneio atraente e foi perdendo patrocinadores, investimentos, estádios não enchem mais, os clubes não olham com os mesmo olhos aguados para a Taça.

Infelizmente o campeonato não é mais o mesmo das décadas de 80 e 90, onde havia jogos sendo disputados entre “grandes e pequenos” com mais de 50 mil torcedores no Maracanã e disputas acirradas pela conquista da taça. O que vale mesmo hoje em dia são os clássicos, e mesmo assim em mata-mata, pois em jogos de chave de grupo são esvaziados.

A Federação conseguiu o que queria: elitizar a competição e fazer com que a violência diminuísse. Mas será que não tinha outra forma de diminuir a violência em vez de tirar os torcedores do estádio? Dentro da visão antiquada de alguns dirigentes não, eles preferem encher o bolso de dinheiro e assim riem dos torcedores que sofrem para conseguir assistir a partida do time do coração e os ídolos de perto.

Em momento nenhum estou criticando a forma de disputa do campeonato, muito pelo contrário, adoro-a, mas infelizmente a competição deixou de ser atraente e ficou chata; de toda forma, é bom vencer um Carioca e tirar onda com os rivais. Então torcedor, apesar dos pesares, ignore esse abismo para os clubes pequenos, a elitização dos dirigentes e compareça ao estádio para torcer pelo seu time do coração. É muito bom gritar “É campeão”.


Luis Brito

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @datluis

Contato: Vitor Franklin

“Duas vezes no céu – os campeões do Rio e do Brasil, o novo livro de Paulo-Roberto Andel sobre o Fluminense em 2012 à venda:

http://www.travessa.com.br/DUAS_VEZES_NO_CEU_OS_CAMPEOES_DO_RIO_E_DO_BRASIL/artigo/40af87f6-9047-4c45-97e1-53ab8704b29e

1 Comments

  1. Comentei em outra cronica que os pequenos do RJ, em especial o Bangu e o América, nunca disputam as séries C e B do brasileirão, enquanto os pequenos paulistas estão lá aos montes. Até clubes do RS, SC, PR, MG, GO e do nordeste figuram nessas séries, menos os do Rio. Tem algo errado no Rio.

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