O primeiro jogo entre Fluminense e Goiás do qual lembro é uma recordação da infância. A partida valia pela segunda fase do Brasileirão de 1976, foi realizada no Maracanã e ao Tricolor bastava um empate para garantir vaga na etapa seguinte da competição.
Era tempo da Máquina bicampeã carioca, com Rivellino e sua turma. Eu tinha apenas 12 anos de idade. Ouvi o jogo pelo rádio do carro de meu pai – o passeio motorizado pela orla carioca nas tardes de domingo era tradição lá em casa.
No primeiro tempo, numa jogada confusa, o time goiano abriu o placar com Lincoln, atacante que marcou época vestindo a camisa esmeraldina. Na segunda etapa, o Fluminense pressionava, pressionava… e nada. Até que surgiu um pênalti a nosso favor. O capita Carlos Alberto Torres cobrou com categoria, deixando tudo igual. E o placar não mudaria mais.
O Goiás nunca deu vida fácil ao Flu. Sempre foi um adversário encardido, brioso. Na campanha do título brasileiro de 1984 (coincidentemente na segunda fase) demos de 3 a 0 no Maraca e eles devolveram no Serra Dourada. E olha que aquela nossa equipe, além de técnica, era raçuda – muito difícil de perder por tal placar.
Em 2010, no Engenhão, o mesmo Rafael Moura que estará em campo amanhã nos fez suar frio na arquibancada ao abrir o marcador. Tal qual em 1976, um pênalti nos salvou da derrota – Conca converteu a cobrança. Ah, neste ano o Fluminense também foi campeão brasileiro.
Em outras muitas oportunidades levamos a melhor nos duelos. Mas os goianos também tiveram vários triunfos. Até goleada levamos. Ano passado, por exemplo, perdemos os dois confrontos pelo Brasileiro. Ou seja, sempre foi um adversário encardido para o Tricolor das Laranjeiras.
Voltando aos dias de hoje, o Goiás é o lanterna, precisa desesperadamente da vitória. Perdeu o último jogo que disputou em casa e, agora, está novamente sob o comando de Enderson Moreira – que, tal qual Vágner Mancini, não é bobo.
Portanto, torcida tricolor, pode preparar o coração para o jogo desta quarta-feira, na Serrinha. Rezemos para que o Fluminense se comporte como Fluminense, e não como um time pequeno que, após abrir o placar, se enclausura na defesa covardemente. Que nosso goleiro não falhe e que as chances de não sejam desperdiçadas pelos nossos jogadores. Não será fácil, nunca foi. Mas podemos vencer.
Panorama Tricolor
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