Amigos, amigas, a coisa andava ruim para o nosso lado e eu, aqui com meus botões, confabulava sobre a importância de um time que quer ser campeão vencer partidas jogando mal.
Jogar mal foi o que o Fluminense fez hoje, mas a vitória veio quase como num passe de mágica. Primeiro, num bate rebate em que a bola sobrou para Cano fazer o tradicional “L”. Foi o gol de empate. Não dera tempo ainda de assimilar o gol de Cano, o improvável William marca um golaço, tipo William, que não víamos há muito tempo.
Se o Fluminense será campeão, são outros quinhentos, mas time que quer chegar no final no topo da tabela precisa saber ganhar mesmo jogando mal. O Fluminense de hoje não deixou de ser ofensivo e de incomodar o adversário defensivamente durante os 90 minutos, mas abusamos de erros de passes e de ligar contragolpes esmeraldinos. Foi assim no gol da virada deles.
É a previsível oscilação de uma ideia ainda em período de formatação, pedra que eu já cantara por aqui. Nessa hora, tem que valer o espírito, o desejo, a transpiração obstinada, o que não faltou ao Fluminense, que, mesmo nos momentos em que o desânimo se podia impor, continuou acreditando na vitória.
O Fluminense não teve semanas cheias para treinar nos últimos quinze dias. Para um time que precisa de ensaio para fazer seu espetáculo, isso é um obstáculo imenso. O que nos iguala aos adversários, pelo menos nas condições. Mas não podemos jogar da forma como atuamos hoje, dando as costas da nossa defesa reiteradamente ao ataque adversário, quase sempre com a marcação muito mal postada. Muito menos podemos errar passes bobos como fizemos hoje.
Apesar disso, assim como ocorreu no jogo contra o São Paulo, quando buscamos o empate, Diniz usou o elenco. E é assim que tem que ser. Quem quer ser campeão brasileiro precisa ter elenco. Na medida em que o Fluminense mostre que o tem, como nos últimos compromissos, podemos reforçar nossa crença na conquista, que não será fácil, tampouco sem muita dor.
Mais três pontos contra o Bragantino, que vem se agigantando na disputa, serão o cumprimento de nosso objetivo ao final do primeiro turno. Que Volta Redonda se transforme num caldeirão, mas que Diniz reconheça a inconsistência do posicionamento tático adotado no jogo de hoje, que o Goiás percebeu e soube explorar durante os 90 minutos, mesmo quando o Fluminense conseguia o domínio territorial e ameaçava seu gol. Contra o Bragantino, se cometermos os mesmos erros, será fatal.
Erros individuais fazem parte, mas o erro tático não pode passar, porque fragiliza as individualidades e abala a confiança da equipe. No mais, vamos atravessar mais essa rotina de três jogos, com viagens para Volta Redonda, Fortaleza e Santos, com sabedoria, para que os resultados venham. Depois, teremos uma rotina com duas semanas de treinos. Portanto, o maior desafio é agora. E é agora que vai pesar o treinador no momento em que as coisas são feitas meio que ao embalo da maré.
Saudações Tricolores!