Fortaleza 2 x 0 Fluminense (por Edgard FC)

Desde que o Fluminense e o futebol brasileiro pararam para contemplarem a Data FIFA e sua seleção nacional, não se falou em outra coisa a não ser sobre a SAF no clube, com direito a devaneios e notinhas daqui e dali o assunto do momento é mesmo este, não tem jeito.

Em meio a este cenário, de disse-me-disse nos bastidores e com o atual ocupante do cargo de presidente do clube estar dividido entre passeios com a CBF e braços e abraços com outros dirigentes, mais acompanhantes carregando troféu que recebeu em nome de Germán Cano na premiação do Cariocão, teríamos a estreia da equipe no principal campeonato de clubes da América do Sul, o escanteado e maltratado Brasileirão.

O que fomos obrigados a assistir ontem em campo em Fortaleza, foi mais do que uma sessão de tortura psicológica, algo que nem Hannibal Lecter seria capaz de imaginar para infringir suas vítimas.

Mesmo tendo duas semanas, somente de treinos, o escrete de Menezes & Bittencourt mais parecia um bando de assalariado ao fim de um exaustivo expediente de trabalho involuntário, desses que fazemos para não morrermos de fome ou ter de entrar na mendicância.

Escalação imberbe, com direito a substituição aos treze minutos, sem convicção alguma. Se errou na largada, a troca não corrigiu o roteiro desenhado, apenas mudou um nome por outro do mesmo elenco insuficiente para competir nos certames que estamos inscritos nesta temporada. E olha que vamos jogar a impúbere segunda divisão continental.

Se o Estadual vem sendo usado para montar o time e testar situações para o restante do ano, nem isso o Fluminense conseguiu fazer, pois chegou à final de forma totalmente acidental, culpa da escassez e irrelevância das equipes que o disputam, em um cenário pré-falimentar, pois nem premiação o torneio tem mais.

O segundo tempo da partida de ontem, foi ainda mais vexatório, pois o nosso adversário entrou em ritmo de treino e descansou seus jogadores em campo, enquanto nossa fuzarca repetia seu script, com substituições retóricas, nenhum fato novo, a não ser as entradas de Lavega e Lezcano que não estavam prontos para enfrentar o Volta Redonda, já com quatro gols de vantagem, mas se tornaram solução diante de um rival robusto e com placar adverso.

A bem da verdade é que este roteiro é antigo, não é exclusividade de Mano Menezes, e eu tampouco acredito que será diferente no porvir, pois quem opera esse modelo de moer ativos em prol de ajustes empresariais, está no alto do trono, com as canetas em punho a distribuir decretos visando proteger os negócios.

O que conecta muito bem em um modelo SAF (ADA) que se pretende empunhar no clube, pois de proteger os ganhos de comissões e renovações que garantem mais receitas lá na frente, em acordos e processos que sangram os cofres da instituição e descem aos bolsos vorazes de staffs e pejotas travestidos de serviços essenciais à instituição, o gestor mambembe de agora sabe bem como fazer.

A única defesa da instituição foi quando salvou o clube da sede voraz da privatizada CEDAE, pois o eficiente administrador descobriu dois registros de água, um na Álvaro Chaves outro na Pinheiro Machado, e mandou desativar um deles.

Ufa, não fosse essa descoberta, o dinheiro que usa para os salários milionários de ex-jogadores por exemplo, iriam para super hidratar as contas da empresa de água e esgoto Águas do Rio e seu si e ou.

Se o cenário esperado para esta temporada era tão animador quanto as entradas de Renê, Freytes e Ignácio em campo, com o planejamento todo atabalhoado e feito de supetão, passaremos a achar bom não ficar na zona de rebaixamento no Brasileirão e não ser eliminado na fase de grupos da Sul Americana, pois na Copa do Brasil, já perece termos ido longe demais, pois nosso próximo adversário não será uma equipe semi-amadora.