Amigos, amigas, o problema do Fluminense é ainda mais grave do que os desastrosos resultados do Campeonato Brasileiro e a lanterna isolada da competição.

O Fluminense sofre de um problema de narrativa, que se arrasta desde 2023, que se acentuou na atual temporada.

Dizem alguns que nos livramos do Diniz e que agora, para sairmos dessa situação constrangedora, basta nos livrarmos do modelo de jogo. Com o apoio da torcida, tudo será resolvido.

Não nutram qualquer ilusão quanto a isso. Não vai acontecer. Cada um de nós que se somar a essa narrativa será mais um a empurrar o Fluminense para a Série B e para o nosso fim.

Confesso que tenho dificuldades para analisar o jogo de hoje, porque caí no sono vendo o primeiro tempo. Despertei no intervalo para ver o gol da nossa derrota no segundo tempo, algo que já não é mais novidade.

O problema do Fluminense é formação de elenco. Uma profusão de refugos de outros times e jogadores que estão curtindo aposentadoria remunerada em nossos quadros com excelentes salários.

Temos a receita perfeita para o desastre. Mais do que qualquer outro já foi capaz de conceber.

Uma hora essa política ia nos cobrar seu preço. Deu-nos como um enorme consolo o título da Libertadores de 2023, graças a Fernando Diniz e ao Gravatinha.

Será que os Deuses resolveram premiar essa gestão maluca por suas maluquices? Não, premiou nossa história, nossa torcida e, principalmente, aqueles que estiveram no Maracanã naquele 2 de julho de 2008.

Futebol não é merecimento, mas os Deuses entendem dessa coisa de recompensas, mas para por aí. Nada mais será feito para ajudar essa gestão irresponsável, mesquinha e autoritária. O que é ruim é ruim e ponto final.

Caminhamos rumo a R$ 1 bilhão de dívida bruta ao final de 2024, com a possibilidade de alcançarmos essa marca na Série B, alijados das receitas da Série A. É a catástrofe perfeita.

Se alguém achar que eu estou sendo pessimista, há quem diga que eu sou o contrário. Se alguém vier a reclamar de que eu não estou apresentando nenhuma solução, é melhor me agradecer por mostrar o problema, porque 99% da torcida do Fluminense ainda não o percebeu.

Não porque somos incapazes, mas porque a narrativa está muito bem orquestrada para desviar nossas atenções do verdadeiro problema. Mostrando-o, já faço muito, se, claro, alguém for capaz de ver.

Eu não frequento mais as redes sociais. Para mim, embora trabalhe com isso, se tornaram motivo de desgosto. Dia desses, o Paulo Andel printou uma discussão em torno de uma coluna que escrevi, em que alguém me definia como algo do tipo “mais um que acha que entende das coisas”.

A resposta de um outro internauta foi dizer que “há mais de oito anos eu antecipei o que seria o futebol brasileiro hoje e acertei”.
Eu não sou profeta e já abandonei a profissão de “bruxo” há muito tempo. Mas escrevi aqui no final do ano passado que se o Fluminense não rejuvenescesse o elenco com qualidade viveríamos um 2024 complicadíssimo.

O que estamos vivendo excede em muito os meus piores pesadelos. O Fluminense parece incapaz de mover uma pedra do caminho, quanto mais a cordilheira que se impõe entre nós e a continuidade da nossa existência.

Parabéns aos responsáveis!

Que tenham dignidade para suportar a ira dos Deuses!