No dia 24 de abril de 2005, o espaço mais democrático do futebol mundial deu seu último suspiro: a geral do Maracanã. Em campo, o duelo entre os campeões dos campeonatos Carioca e Paulista.
O Fluminense havia se sagrado campeão após dois duelos equilibrados contra o Volta Redonda, onde o Tricolor só conquistou o título nos acréscimos da segunda partida da final. Já o São Paulo colocou as mãos na taça após um empate contra o Santos sem gols. Naquele ano o campeonato maior do estado paulista era disputado no sistema de pontos corridos, e os tricolores do Morumbi garantiram o título com duas rodadas de antecedência.
A primeira rodada do Brasileirão daquele ano, não só colocou dois campeões em campo, como também marcou a última partida da geral do Maraca.
O jogo foi movimentado, equilibrado do início ao fim, e terminou com vitória dos cariocas.
Em campo estavam nomes como Rogério Ceni, Lugano, Mineiro, Cicinho, Diego Tardelli, Luizão, Grafite, Fabiano Eller, Marcão, Diego Souza e Tuta.
Tuta, aliás, que abriu o placar aos vinte e nove minutos, após cobrança de pênalti que ele mesmo sofreu, aos vinte e sete.
Na segunda etapa, após mais 29 minutos, Rogério Ceni não segurou o chute de Rodrigo Tiuí e Tuta voltou a marcar, abrindo dois a zero para os cariocas. Vantagem que durou dois minutos, pois após boa jogada, Marco Antônio só rolou para o gol de Souza dentro da área do Fluzão, que diminuiu o placar mas não evitou a derrota dos paulistas.
A torcida do Fluminense foi a última a comemorar na geral uma vitória. Foi a última a ocupar o espaço, que por muito tempo foi o mais democrático do futebol. Foi a despedida dos geraldinos, que testemunharam grandes jogos, conquistas sensacionais, títulos inigualáveis.
Vale lembrar a frase do historiador Luis Antônio Simas: “Como é que se define um geraldino? Não se define. O comportamento do geraldino se define exatamente pelo o que ele tem de indefinível. A geral era uma possibilidade. Eu quero estar em um estádio. Se eu quero ver o jogo ou não, dane-se”.
Saudades dos bons tempos.