Interessante como o passado, esse tempo tão desprezado pelo primitivismo vigente, sempre oferece pílulas generosas quando o assunto é o Fluminense.
Fui lá atrás buscar um jogo contra o Palmeiras, para quase 40 mil torcedores em março de 1980. Caminhando para quatro anos sem títulos, o Fluminense era cobrado e, ao mesmo tempo, sonhava com dias melhores. Já o Palmeiras, que tinha sido a sensação do Campeonato Brasileiro de 1979, mesmo com vários jogadores daquela campanha começava a ratear – e o time alviverde também sofria cobranças também por quase quatro anos sem títulos.
A maior novidade do Fluminense era a efetivação do jovem zagueiro Tadeu, vindo da base, no lugar de Ademilton, contratado ao Bahia.
O lance mais perigoso da partida foi uma bola no travessão palmeirense, que teve a participação do efêmero ponta-direita cearense Osni. Noutro lance, Pedrinho, lateral de Seleção e hoje um mega empresário do futebol, salvou um gol certo do Flu. Tudo acabou num zero a zero morno. O craque do jogo foi Mário, outro talento egresso da base
Interessante também como o Fluminense mudaria naquele ano de 1980. Vejamos o time titular para este jogo contra o Palmeiras: Paulo Goulart, Marinho,Tadeu, Edinho e Chico Fraga; Givanildo, Cristovão e Mário; Osni, Robertinho e Almir. No banco, Carlos Afonso, Edevaldo, Ademilton, Rubens Galaxe e Tulica. Treinador, Zagallo. No então time titular, metade dos jogadores seria trocada no segundo semestre. O Fluminense terminaria o Brasileiro num modestíssimo 11° lugar, algo nem tão distante deste 2021.
Meses depois deste 0 a 0, sem dinheiro para grandes contratações, o Flu teria que recorrer aos juniores recém-promovidos para montar um dos grandes times de sua história. Zagallo deixaria o clube dizendo que “queria ser campeão”. Foi para o Vasco, mas a frase lhe custaria caro – daria Flu na cabeça, 1 a 0, gol de Edinho na decisão do Carioca, e isso tudo com o poderoso Flamengo de fora da decisão, alijado pelo Serrano de Petrópolis com o famoso gol de Anapolina.
O Fluminense contrataria o técnico Nelsinho, aproveitaria a base, com o Deley, o Zezé, Edevaldo, entre outros e traria apenas o Cláudio Adão para o comando do ataque e o Gilberto para o meio. Acho que o time era:
P. Goulart,
Edevaldo, Edinho, Tadeu e Rubens Galaxie(improvisado),
Gilberto, Deley e Mário,
Robertinho, Cláudio Adão e Zezé.
Técnico: Nelsinho