Fluminense: constrangimento sem limites (por Paulo-Roberto Andel)

NUNCA FOMOS TÃO TRICOLORES

Embora até esperada, ao menos por quem não pratica negacionismo no futebol, a nova derrota do Fluminense neste sábado não deixa de ser dolorosa. Depois de meses de atuações patéticas, escapando de goleadas históricas dos grandes rivais, as fotografias dos jogos contra Juventude e Botafogo já davam a entender que, como dizia o imortal Mário Reis ao perceber a presença de estranhos perto de sua mesa no Country Club, “tem roupa na corda”.

Em primeiro lugar, parabéns aos tricolores presentes ao Maracanã, especialmente aqueles que vaiaram muito. A vaia é livre, sempre foi uma expressão das arquibancadas brasileiras e demonstra que parte da torcida do Fluminense não é alienada. A cada nova atuação bisonha, quase ninguém aguenta mais uma cracatoa esquizofrênica ao lado, repetindo “Ganhamos a Libertadores! Ganhamos a Recopa!” como se isso fosse resolver a gravidade da situação.

Perder é do jogo. Acontece. Agora, perder e jogar mal há meses contra qualquer adversário, para depois escutar delírios psicodélicos do treinador e testemunhar a omissão do presidente – que adora aparecer na boa mas faz papel de avestruz nas derrotas -, não.

Não é preciso raciocinar muito para perceber a gravidade do momento. O Fluminense é hoje o time com o maior número de jogadores veteranos improdutivos do mundo, ao menos dentre as grandes equipes. Há meses não consegue emplacar 90 minutos de futebol razoável contra nenhum adversário. Uma equipe sem estrutura tática, sem jogadas, sem infiltração, pressionada por qualquer time independentemente do resultado. Um time que detém 60 ou 70% de posse de bola com toques de lado e pouquíssimas finalizações.

Fora do campo, no ano de maior arrecadação de sua história, o Tricolor registrou um balanço ressalvado em mais de 200 milhões de reais, aprovado de forma criminosa por seus conselhos e instâncias. Um descalabro. A quem interessa explodir a folha de pagamento com salários altíssimos e fora da realidade? Potenciais adquirentes de uma futura SAF tricolor?

Não bastasse as atuações pavorosas, o Fluminense também oferece insultos, grosserias e violências não apenas aos rivais, mas também aos próprios torcedores, víde o panaca Eduardo Barros e, ontem, os deprimentes Guga e Felipe Melo dentre outros.

Direção? O Diretor de Planejamento do Fluminense nunca planejou nem uma mesa de bar na vida…

São muitas arestas e os amigos já escreveram ou escreverão a respeito, mas uma coisa é certa: se nada for feito com urgência, mantendo o que aí está, o Fluminense nada de braçada para a segunda divisão. Não pela soma de pontos atual, mas pela incapacidade de reação vista a olhos nus. É preciso no mínimo mudar a forma de jogar e barrar pelo menos uns cinco ex-jogadores em atividade.

Ainda há tempo, mas não se pode desperdiçá-lo com arrogância e asneiras.

2 Comments

  1. Com certeza, o pavão não vai trocar o treineiro, se puder evitar. Mas, dificilmente vamos ir bem em BH, se o azul mineiro jogar metade do que pode, seremos goleados. Aí pode ser que a coisa mude. Uma série B, com queda vertiginosa de receitas e dívida estratosferica, pode nos fazer como o América RJ, ou poderemos fechar as portas. Que o bom Deus nos ajude. ST…

  2. A Libertadores mascarou um , se não o pior dos presidentes medíocres do Fluminense, esse maculado pôr inúmeras transações nebulusas

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