Sempre que joga contra o Botafogo, o Fluminense precisa vencer dois adversários: o próprio time de General Severiano e o recalque.
Embora leve vantagem nos confrontos, é contra o time alvinegro que esbarramos, talvez, no maior sentimento anti-Fluminense dentro e fora de campo. A disposição redobrada com que nos enfrentam, a festa da torcida ao comemorar uma vitória – como se fosse um título – talvez encontre explicação num lance ocorrido há quase cinquenta anos.
Foi na decisão do título estadual de 1971 quando, após cobrança de escanteio, o lateral Tricolor Marco Antônio se chocou com o goleiro Ubirajara Mota e a bola sobrou limpa para Lula empurrar para as redes e marcar o gol do título do Fluminense. Para os botafoguenses, Marco Antônio teria empurrado Ubirajara, mas o árbitro José Marçal Filho confirmou o gol, considerando que não houve infração do jogador Tricolor.
A derrota foi uma ducha de água gelada no Botafogo, então chamado de “selefogo”, que era considerado o grande favorito para a conquista do título por contar com jogadores que tinham sido campeões mundiais em 1970, como Jairzinho, Paulo César Caju, Carlos Alberto Torres e Brito.
Claro que se trata de mera suposição, mas botafoguense, além de supersticioso, não esquece fácil. E esse recalque arraigado, aliado a um sentimento de melancolia pela longeva escassez de títulos relevantes, dá aos alvinegros uma força extra que nitidamente se percebe dentro de campo em disputas mais acirradas, quase desleais.
É, portanto, um jogo em que o Fluminense sempre precisa igualar-se em vontade para pleitear a vitória. Times mais qualificados, por si sós, nunca foram sinônimo de sucesso contra essa garra exacerbada dos alvinegros.
Não acho que falte ao Fluminense essa vontade, nem qualificação para superar o Botafogo logo mais. Diniz é um treinador inteligente e o time, ainda que não tenha convencido plenamente, mostra que está no caminho de alcançar esse objetivo.
Vamos tirar-lhes esse gostinho de comemorar mais um “título”, nessa revanche que só existe para quem prefere viver no passado. Vamos vencer, porque seja em 1971, seja em 2019, Fluminense se escreve com F maiúsculo.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @FFleury
#credibilidade
Mais do que contra o Botafogo, essa diferença de postura – aonde o adversário entra disposto a ganhar de qualquer jeito ou seja; na garra, na malandragem, no ardil – acontece mais ainda contra o Vasco.
O Flu sempre entra em campo contra esses dois times com uma ligeira soberba no sentido de não mudar sua postura contra eles – ao contrário de contra o Flamengo – assim como existe a diferença histórica na Libertadores entre times brasileiros e sulamericanos em geral, com destaque para…