Amigos, amigas, o Fluminense, na tarde de hoje, desfilou em campo, exibindo o que há de melhor no futebol. O Fluminense destilou arte em cada centímetro do campo do Raulino de Oliveira.
O Raulino de Oliveira do incrível show de Ricardo Berna, contra o Inter, em 2010. Que, em 2010, viu Dario Conca, o Pequeno Gênio, balançar as redes uma única vez contra o Avaí. Dois episódios de uma conquista épica.
A preocupação era com a perda de musculatura do modelo tricolor diante da ausência de tempo para treinar, vivendo a rotina exaustiva dos dois jogos por semana. Nas partidas anteriores, embora com resultados satisfatórios, e apesar de ter sido melhor que os adversários, o Fluminense estivera um pouco distante de seu melhor desempenho.
O receio foi se dissipando à medida que a bola rolava e o Fluminense envolvia o adversário. Foram dois gols e três bolas na trave, um verdadeiro massacre. Mas parece que o Fluminense gosta de testar nossos corações. Um gol do Bragantino e o receio agora era de que fosse comprometida a obra-prima que foi a exibição tricolor.
Emocionamo-nos, primeiro, com o show, depois com o drama, mas saímos vitoriosos mais uma vez. São dez jogos de invencibilidade da Academia de Arte de Fernando Diniz.
A entrada de Nathan no lugar de Matheus Martins parece ter dado mais consistência ao modelo de Diniz. A entrada de Matheus Martins, no intervalo, no lugar de Nathan, sacramentou o caminho para nossa vitória, com dois gols artísticos, construídos com a mais pura essência do futebol arte. Em cima de um Bragantino que vinha de três vitórias consecutivas com nove gols, mas que sucumbiu diante da arte futebolística do time de Diniz, o mago, o gênio, o louco.
André foi descomunal. Fez uma de suas melhores partidas com a camisa do Prêmio Nobel do Esporte. Se Tite tem algum juízo na cabeça, tem que convocá-lo para a disputa da Copa do Mundo. Assim como o técnico da Argentina precisa convocar Germán Cano. Só um louco deixaria esse monstro de fora. Não bastasse a vocação para fazer gols em quase todas as partidas, o faro de artilheiro, Cano foi comovente nos momentos finais, quando tirou forças do fundo da alma para ser mais um defensor.
O Fluminense de 2022 é gigantesco, formidável, desproporcional, mágico, contagiante, exuberante. A cada jogo que se inicia ficamos nos perguntando o que será. E se a carruagem virar abóbora? Mas não vira, continua cada vez mais engalanada, construindo atmosferas de sonho, delírio, felicidade indescritível.
Ganso faz tudo parecer fácil, Arias é descomunal em todas as partidas, Nino é a personificação da elegância, Fábio não deixa passar, Samuel Xavier vive dias de exuberância e Caio Paulista desafia nossas crenças. E olha que hoje não teve gol de Manuel, mas teve Nonato em jornada virtuosa e me desculpem se esqueci de alguém, mas raras vezes se viu um time inteiro jogando por música, como uma sinfônica entrosada, criativa e feliz. O Fluminense de Diniz enobrece o futebol, faz com que nos apaixonemos cada vez mais pelo esporte.
Enquanto escrevo, jogam Atlético-MG e Corinthians. O que quer que aconteça, terminaremos a rodada entre os três primeiros, talvez em segundo, uma posição digna do que estamos jogando, mas devemos cobiçar muito mais, muito mais, porque temos as condições para isso.
Não se deve esperar nem mais um minuto para uma reunião com Diniz, que sacramente um contrato longo, de no mínimo três anos, para que siga comandando essa incrível Companhia de Arte, para depois, então, cumprir o seu destino de comandar a Seleção Brasileira. E que deixe um legado poderoso, que permeie toda a nossa formação, para que o Fluminense seja eternamente o que vimos hoje no gramado histórico do Raulino de Oliveira.
Saudações Tricolores!
Esse jogo do Berna contra o Internacional, na verdade foi no Beira-Rio !
Rumo aos títulos !
ST !!!