Amigos, amigas, depois do vendaval, entre mortos e feridos, salvaram-se todos, só não se sabe até que ponto. Vencida a briga contra o rebaixamento, o que nos resta averiguar do saldo desse ano esquisitão é a que patamar terá ascendido nossa dívida, o que, como de praxe, só saberemos no último dia de abril.
É curioso como o nosso alcaide da Pinheiro Machado reivindica para si o reconhecimento da transparência de sua gestão e do seu êxito em recuperar o Fluminense financeiramente. A transparência consiste em não publicar balancetes e só publicar o balanço patrimonial no último dia do prazo. A recuperação financeira, que anda de mãos dadas, consiste em aumentar nossa dívida ano a ano, devendo alcançar facilmente os R$ 900 milhões ao final de 2024.
Ah, mas os salários e demais compromissos estão em dia. Sim, estão, não por uma boa gestão financeira, mas pela prática de dar um verniz ao presente sacrificando o futuro.
Ah, mas o Fluminense vai virar SAF e tudo estará resolvido, será o fim da dívida do clube.
Quer dizer, então, que você se endivida todo, vende o seu apartamento, paga a dívida e fica duro de novo, quando era só ter administrado com coerência os seus recursos, amortizando o passivo e não o ampliando?
É impressionante a incoerência, para não dizer outra coisa, que a gente observa no discurso. “Estou pagando a dívida deixada pelas gestões passadas”. Ora, não faz mais do que a obrigação, mas por que a dívida só aumenta? É porque a gestão financeira é um desastre. Como não há resultados para mostrar na prática, parece que o que resta é, depois de cinco anos, continuar culpando o passado.
Eu, obviamente, para quem leu ou ouviu, estou me referindo à longa e sempre enfadonha entrevista coletiva dada pelo nosso presidente na última segunda-feira, 18/12.
Agora, migrando para o mundo real, gostaria de propor uma análise estratégia do Fluminense para 2025, utilizando como ferramenta a análise de Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças.
Forças
– o Fluminense terá uma entrada extra de receita que deve alcançar a faixa dos R$ 300 milhões, referente à participação do Super Mundial de Clubes, o que garante um exercício tranquilo, caso os recursos do clube sejam respeitados e bem empregados;
– temos um elenco que, apesar da difícil temporada, está bem acima dos próprios resultados, que pode fornecer farto material para a formação de um time competitivo em 2025;
– temos recursos valiosos em Xerém, que podem contribuir para o fortalecimento do elenco principal, se, evidentemente, lhes for dado o devido espaço.
Oportunidades
– ampliação de receitas com premiações em relação a 2024, que podem advir do avanço de fase no Mundial e disputa das copas do Brasil e Sul-Americana;
– o Mundial é uma grande vitrine, que pode proporcionar vendas vultosas de valores formados no clube, contanto que o espaço lhes seja dado desde o início da temporada, para que amadureçam ao longo da primeira metade do ano;
– o interesse crescente no futebol brasileiro, aliado a um ano bem realizado, pode culminar na atração de investimento vultoso no clube, provavelmente por meio da transformação em SAF.
Fraquezas
– endividamento, que reprime os investimentos;
– política de contratações errática, que precisa ser modificada.
Ameaças
– risco de mais um ano com erros de planejamento e de formação do elenco;
– fortalecimento econômico de diversos rivais brasileiros, acarretando a diversificação das forças competitivas, aumentando a dificuldade nas competições.
Resumo
Podemos perceber que as forças e oportunidades são em maior quantidade, mostrando um cenário muito positivo para 2025.
Ao mesmo tempo em que, enquanto as forças e oportunidades são internas e externas, podemos observar que as fraquezas e ameaças se concentram mais dentro do próprio clube.
Isso significa que se o clube mudar sua conduta gerencial, é possível neutralizar nossas fraquezas e grande parte das ameaças, aumentando nosso potencial de realizar as oportunidades que o ano nos oferece.
Saudações Tricolores!