Às vésperas de enfrentar o Argentinos Juniors pela volta das oitavas da Libertadores, no mesmo Maracanã, um grande confronto e duelo de treinadores. De um lado o figurante de luxo Fluminense com o técnico que acumula o cargo também na Seleção Brasileira. Do outro, o supercampeão Palmeiras e o jovem vencedor Abel Ferreira. Haja coração.

As duas agremiações resolveram poupar alguns atletas, pois ambas têm esse compromisso pelo certame da CONMEBOL. No Flu, Ganso, Felipe Melo e Keno ficaram de fora dos onze iniciais, além do capitão Nino e André que, mesmo querendo, não poderiam jogar, já que deveriam cumprir suspensão.

No lado do ex-Palestra Itália, Raphael Veiga, Zé Rafael e Piquerez sequer embarcaram na AeroTiaLeila, aeronave que fez sua estreia nessa viagem desde Sorocaba-SP, além de Rony, Mayke, Menino e Artur, que começaram no banco.

Com uma escalação mista, porém quente, o Fluminense perigava ter mais appeal e, de certa forma, teve, pelo menos nos primeiros movimentos, estendidos até o gol.

Em jogada triunfal, Arias buscou a tabela com Jota Ká e o Urso de Xerém fez um giro que Romário assinaria, mas foi parado por uma pernada de seu fiel marcador. O árbitro, sem titubear ou esperar pelo VAR, marcou pênalti. Dessa vez Arias cobrou e simplesmente deixou lá dentro, abrindo o marcador aos quinze minutos, para delírio de Mauro Jàcome e também do amigo Paulo Andei que testemunhara tudo de bem perto, lá nas bancadas do ‘maior do mundo’.

Com a vitória parcialmente desnatada, a equipe que, um dia, foi a maior garota propaganda de uma famosa marca de leite, asfixiou o Fluminense em seu próprio campo e não marcou porque o ebó que foi feito para proteger o gol tricolor neste sábado não foi receitado em um beco qualquer.

Na volta do intervalo, entendendo que precisava de mexidas, mas também atendendo a pedidos particulares, Diniz trocou o franzino Leo Fernandez por Lima, o fiel escudeiro e jogador que mais minutos acumula na temporada envergando o chassi do clube mais importante do Brasil.

Ainda sim, era a equipe de Perdizes (bairro da simpática e demodê classe média paulistana) quem parecia ter as rédeas da partida, porém, além do ebó feito para fechar a baliza tricolor, Fábio estava com seu bori em dia.

E quase aos quinze do segundo tempo, o nosso Tricolor foi às redes. Em jogada participativa e solidária, Marcelo fatiou bela bola da esquerda para a direita. Cano em vez de chutar, como sempre faz, resolveu passar para Jota Ká entortar Gustavo Gómez. Arias chutou, Weverton defendeu e na sobra, Jota Ká deixou lá dentro de novo. Dois a zero e a certeza de que Xerém pode e deve fornecer mais e mais atletas para nosso escrete.

Depois disso foi um samba lelê. O Palmeiras promoveu todos os titulares que estavam no banco para tentar alguma coisa, e Diniz também promoveu Felipe Melo – devia estar com saudades dos latidos caninos da arquibancada.

O Fluminense até teve chance de sacramentar a vitória com mais um gol, mas foi a equipe alviverde quem conseguiu, já no finalzinho, um gol de honra: em um dos tantos ataques aéreos, abusando como um jogo War 2, o capitão e excelente jogador Gustavo Gómez rompeu o ebó e bori feitos pelo Tricolor. Mas já era o fim, o efeito havia findado.

Foi importante demais vencer essa partida. O Fluminense precisava e muito. Diniz ainda mais, pois foi a primeira vez que uma equipe treinada por si venceu uma comandada por Abel Ferreira.

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Serviço do jogo:

FLUMINENSE 2 x 1 PALMEIRAS
Campeonato Brasileiro – 18ª Rodada
Maracanã, Rio de Janeiro-RJ
Sábado, 05/08/2023 – 21:00h (Brasília)

Árbitro: Ramón Abel Abatti
Cartões amarelos: John Kennedy 32′, Lima 49′, Martinelli 83′, Lelê 87′ e 89′, Felipe Melo 90’+5′ (Fluminense); Vanderlan 22′, Weverton 89′ (Palmeiras).
Cartão vermelho: Lelê 89′ (Fluminense)

GOLS: Jhon Arias 15′, John Kennedy 59′ (Fluminense); Gustavo Gómez 90’+6′ (Palmeiras).

FLUMINENSE: Fábio; Samuel Xavier (Guga 82′), Marlon (Felipe Melo 74′), David Braz e Marcelo; Martinelli, Daniel (Ganso 68′), Leo Fernandez (Lima 46′) e Jhon Arias; John Kennedy (Lelê 74′) e Germán Cano. Téc.: Fernando Diniz. 4-2-2-2

PALMEIRAS: Weverton; Marcos Rocha (Mayke 78′), Gustavo Gómez, Luan e Vanderlan; Richard Ríos, Jaílson (Gabriel Menino 66′), Luis Guilherme (Artur 66′), Breno Lopes (José López 78′) e Jhon Jhon; Endrick (Rony 66′). Téc.: Abel Ferreira. 4-2-3-1