Tricolores de sangue grená, a guerra começou.
Cheguei bem antes da batalha. Sem iluminação, em meio ao silêncio das trincheiras, os guerreirinhos faziam o papel de batedores. Ao meu redor, tudo vazio.
Saudades do antigo campo de batalhas. Do lado de fora, um mar tricolor de cânticos e sinalizadores dava o tom de warm up à peleja. Na rádio, parecia que nada disso acontecia.
Aos poucos, contudo, o novo gigante de aço e concreto foi sendo lentamente preenchido pelos personagens que são a razão do espetáculo. E eles vieram preparados.
Pó de arroz, a munição; bandeiras em punho, as armas; e os gritos, as ordens no campo de batalha. Gritos de guerra. Da torcida. Do capitão. Do técnico. A guerra é dura.
Em meio a fogo estourando nos céus, os guerreiros de bandana moviam as mãos, saudando os soldados do campo, que já adentravam as quatro linhas.
E a primeira bateria de ataques proveio da base tricolor, que começou a todo vapor, como uma verdadeira máquina de guerra, apesar da artilharia inimiga também não dar descanso aos seus canhões.
Isto, é claro, até que a batalha fosse interrompida para a troca de uniformes do lado adversário, pois se confundiam sob a luz do luar e dos holofotes. Inacreditável.
Ao que o prélio prosseguiu, confirmou-se a competência do time da casa. Escanteio cobrado por Vinícius, o capitão cabeceia, o goleiro adversário consegue salvar, mas a artilharia de Marcos Jr. não falha: 1 a 0.
O panorama segue igual, mas com uma figura central começando a ganhar destaque: o árbitro. Ele, que não deveria interferir no combate, começa a ignorar certas faltas do time adversário e a distribuir cartões para o nosso, sendo conivente com a atitude violenta do Palmeiras.
Guerra é guerra, amigos, mas em se tratando de esporte, não pode ser violenta.
Ao fim do primeiro tempo, uma tática treinada no pelotão tricolor dá seu fruto. Falta batida por Vinícius perto da área para Gustavo Scarpa que bate pro gol, a bola resvala em Gum e entra: 2 a 0 Fluminense.
Após este lance a primeira bateria se encerraria, mas não sem antes, entre a conta das baixas, estar o capitão Fred. Machucado, foi uma grande perda para nossa equipe.
O segundo tempo inteiro foi bastante parecido em seu todo. Com Magno Alves no lugar de Fred, perdemos poder de fogo. E o esquadrão alviverde, precisando de gols, vem para cima. O jogo se equilibra. Em vários momentos do segundo tempo, eles foram melhores.
Mas nada justifica o lance que mudou a história do jogo e, esperamos, não será o bastante para nos tirar a vitória completa semana que vem: o infeliz pênalti assinalado por Vuaden. Não obstante não ter sido nada, o jogador adversário, usando de tática desonesta, se atirou ao chão para enganar a todos. Ele mesmo cobrou, descontando e dando números finais à batalha: 2 a 1.
Higor Leite entraria ainda no lugar de Wellington Silva e o desinteressado Gérson substituiria Marcos Jr., já cansado. Ainda assim, sem Fred e com o time modificado, vimos uma equipe que não desistiu de lutar e poderia ter feito mais gols, apesar de obviamente ter sofrido com as investidas palmeirenses.
Como nosso comandante técnico sabidamente disse, vencer nunca é ruim, não importa o placar. Porém, só uma batalha foi vencida. A guerra continua.
Quarta-feira que vem tem mais. Guerreiros! Time de guerreiros!
Panorama Tricolor
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