Enfim o reencontro entre Fluminense, Libertadores, Maracanã, sua torcida resiliente e maltratada, além de Jorge Almirón, treinador que esteve naquele quatro de novembro conduzindo o Boca Juniors.
Sem conseguir encantar ainda em 2024, o Tricolor desplanejado e ainda claudicante tentou domar seu asco e jogar um bom futebol, mesmo com mais improvisos, desta vez, Martinelli ao lado, do também improvisado e em seu ocaso, Felipe Melo.
Nem bem os torcedores se aboletaram em seus assentos, Marquinhos em bela escapada pela direita, ele que é destro de pé esquerdo, avançou, puxou para dentro e acertou um chute belíssimo, estufando o barbante e abrindo a contagem, um golaço, aço, aço, capaz de reanimar os corações tricolores.
Após o gol, o Colo-Colo dividiu a gorduchinha e criou chances, enquanto o Flu tentava sair a partir de seu troca-troca defensivo. Embora sem sofrer, também não agrediu.
O castigo veio por ataque aéreo, em escanteio cobrado pela esquerda, Paiva, que já andou pelo futebol brasileiro, subiu sem ser incomodado e empatou para El Cacique de Mapucho, amarrando o jogo no Maracanã.
Os argumentos dinizistas pareciam dar o tom, porém a partida ficou em tons de cinza, longe de chegar aos cinquenta, o que aliviaria um pouco, mas também não trazia nenhuma novidade, apenas uma boa jogada de escanteio, em que Ganso fez um lançamento da direita para a esquerda, onde Marcelo acertara um sem-pulo, porém a defesa evitou que a bola fosse no alvo.
A partida teve o pacote completo ao que nos acostumamos: cartão de Felipe Melo, faniquitos do treinador, o Fluminense perdendo oportunidades, uma cristalina dos pés de Lima, que para ser titular, fez Diniz recuar Martinelli, o que acabara por enfraquecer, ao mesmo tempo, dois setores sensíveis, o meio e a já sucateada defesa, fazendo inveja à Educação Federal que está em greve por conta dos cortes em seu já precário orçamento.
Já o Colo-Colo fazia o que podia, pois embora ligeiramente melhor do que o Alianza Lima, está longe do poderio de qualquer clube médio do Brasileirão, que dizer de um dos gigantes, como é o Fluminense.
Na segunda etapa, mais do mesmo: Felipe Melo nem voltou ao campo de jogo, no que Diniz meteu Lelê na cancha, mesmo tendo Kauã Elias, Isaac, Lucumí e Douglas Costa no banco. Talvez precisasse da altura do gajo, ou então faz parte de algum acordo ao qual não somos capazes de compreender.
Mas para a alegria de todos os tricolores, vivos, mortos, ricos, pobres, os que podem pagar por produtos oficiais ou ingressos que vão sofrer mais reajuste, semelhante ao metrô do Rio de Janeiro, que não cansa de ser o mais caro do Brasil, sendo um dos piores do mundo. No segmento, Germán Cano aproveitando cruzamento de Marquinhos, da direita, subiu de cabeça para decretar o placar final, ainda aos sete da etapa complementar.
Todos os minutos finais foram de preocupação: o Fluminense perdia chances, não muitas, e o Eterno Campeón tentava sacudir a poeira e dar a volta por cima. Quase deu, chegou a empatar o jogo, porém o VAR flagrou um toque de mão na jogada do atacante da equipe chilena, e para alívio geral, o gol foi anulado.
Embora tenha conquistado a vitória, o que é o mais importante em uma partida de futebol, o Fluminense está longe de apresentar soluções e um desempenho no mínimo satisfatório. Até aqui, contamos com soluções individuais dos jogadores, com destaque para Marquinhos e Martinelli, o primeiro pelo e gol e posterior assistência, além do gol de empate lá em Lima na semana passada e Martinelli, que mesmo dado ao carrasco, se negou a ser decapitado pelo sistema.
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FLUMINENSE 2 x 1 COLO-COLO
Copa Libertadores – Fase de Grupos (2ª Rodada)
Maracanã – Rio de Janeiro-RJ
Terça-feira, 09/04/2024 – 21:00 (Brasília)
Renda: R$ 2.202.621,02
Público: 44.447 pessoas presentes
Arbitragem: Jesús Valenzuela (Árbitro), Antoni García e Tulio Moreno (Assistentes), Ángel Arteaga Cabriales (Quarto Árbitro)
Cartões Amarelos: Felipe Melo 38’, Fábio 90’+1’ (FLUMINENSE); Arturo Vidal 9’, Erick Wiemberg 40’ e 80’, Guillermo Paiva 78’ (COLO-COLO)
Cartões Vermelhos: Erick Wiemberg 80’
Gols: Marquinhos 5’, Germán Cano 52’ (FLUMINENSE); Guillermo Paiva 18’ (COLO-COLO)
FLUMINENSE: 1-Fábio; 2-Samuel Xavier, 30-Felipe Melo© (18-Lelê 46’ /25-Antônio Carlos 89’), 8-Martinelli e 12-Marcelo; 7-André, 45-Lima (19-Kauã Elias 90’) e 10-Ganso (13-Felipe Andrade 80’); 77-Marquinhos, 21-Jhon Arias e 14-Germán Cano (David Terans 80’). Téc.: Fernando Diniz. 4-3-3
COLO-COLO: 1-Brayan Cortés; 16-Óscar Opazo, 4-Alan Saldívia, 37-Maximiliano Falcón (15-Emiliano Amor 86’) e 21-Erick Wiemberg; 8-Esteban Pavez©, 5-Leonardo Gil e 23-Arturo Vidal; 11-Marcos Bolados (14-Cristian Zavala 66’), 7-Carlos Palacios (9-Damián Pizarro 89’) e 29-Guillermo Paiva (3-Daniel Gutiérrez). Téc.: Jorge Almirón. 4-3-3