É difícil escrever estas palavras após o que vi nesta noite, dia 16 de setembro de 2015. O futebol, que tanto mexe com nossos sentimentos, passa a ser um jogo sujo de poderes nos pés de jogadores que fingem jogar, que estão longe de honrar as três cores que traduzem tradição.
O jogo entre Fluminense e Palmeiras começou de forma enganosa para nós. Postura diferente. Time jogando como um mandante, como deve ser, posse de bola, criação de jogadas. Mesmo não sendo uma equipe genial, pelo menos não sofríamos perigo e avançávamos na direção do gol adversário.
Chutes de Gerson e Jean quase abriram o placar tricolor. Depois Fred perdeu gol feito dentro da pequena área. O Flu estava perto do gol. Ele veio aos 37′ com Jean em rebote da defesa palmeirense. O Flu poderia ter saído com mais gols, mas a postura do primeiro tempo dava esperanças. O Palmeiras fez sua primeira finalização apenas aos 41′.
Na volta do intervalo as atitudes se inverteram, como se nosso time não tivesse retornado ao campo. Time recuado e situações de gol para o Palmeiras. Cabeçada de Alecsandro para defesa de Cavalieri.
Só que a sorte parecia estar ao nosso lado. Em contra-ataque, Cícero apareceu na frente de Prass e sofreu pênalti. Na caminhada de Fred para a bola eu já sabia: para fora. Perdemos a chance de ampliar o placar para 2 a 0 aos 17′ e administrar o resultado. O que aconteceu? Empate do Palmeiras cinco minutos depois.
Confusão na pequena área. Bobeira da defesa e Lucas Barros, que acabara de entrar, marcou. Aos 25′ nova jogada perigosa de Barrios. Aos 28′ nossa chance. Fred roubou a bola e quase voltamos a liderar o placar.
Ledo engano. Virada palmeirense em vacilo bizarro de Marcos Júnior. É difícil explicar a jogada. O garoto e Cavalieri não se entenderam. Gabriel Jesus aproveitou a confusão, roubou a bola e chutou para o gol, 2 a 1.
Os 11.073 torcedores presentes ainda veriam o pior. Flu totalmente entregue. Furada bisonha de Antônio Carlos (o que ele faz no clube?), bola sobra para Barrios, em noite iluminada e faz o terceiro do Porco aos 45 minutos.
Acabou? Não. Tudo pode ficar AINDA pior. Mais um de Barrios aos 47 do segundo tempo. O Fluminense era um bando em campo. Nada parecido com a equipe do primeiro tempo. Parece de propósito. As câmeras mostravam um Ronaldinho Gaúcho no banco, olhando o circo de horrores.
O certo é que a torcida não merece isso. Quem se importa? Para eles que entram em campo apenas interessa o jogo de poder.
Enderson caiu. A culpa é toda dele? Não, mas grande parte sim.
A fragilidade da defesa é cada dia mais evidente. O meio campo não cria. O ataque não faz gol.
Há algo de muito errado no reino das Laranjeiras.
Panorama Tricolor
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Imagem: xm