Escrevi aqui na segunda, sem qualquer empáfia, o que toda a torcida já sabe: para galgar os primeiros postos de qualquer campeonato é preciso ter regularidade, quanto mais o Brasileirão. E aí estamos na noite de quinta-feira a procurar onde foi parar o futebol do segundo tempo de três dias atrás.
A regularidade é num todo: jogadores, comissão técnica, dirigentes e também a torcida. Se pensarmos bem, bem mesmo, com sinceridade, esse quarteto está desalinhado há tempos, vivendo de brilhos efêmeros: aquele mês do Cristóvão, aquele começo do Enderson, o tempo da Primeira Liga. E a empolgante segunda-feira passada.
Mal começou a partida, o Fluminense deu as cartas com seu gol na boa cabeçada de Cícero, animando a todos e fazendo um bom primeiro tempo contra um adversário fechado e tinhoso nos contragolpes. Sinceramente, eu achava que o jogo contra a Chapecoense seria mais difícil para nós depois da goleada na segunda: o Atlético é um timaço mas jogou mal e paradão. Descemos para o intervalo com a vantagem mínima e precisando manter o padrão.
Deu ruim: o Flu foi detonado pela noite infeliz de Levir, perdeu o rumo depois do empate da Chape – gol sofrido abate sim! – e bem antes da virada catarinense já dava para olhar o jogo de esguelha, meio de nariz torcido. Não há contradição: o torcedor não é burro e xingou porque sente o jogo melhor do que ninguém. Se o mundo inteiro está contra você, se você não for um gênio como Pablo Picasso, Leonardo Da Vinci ou Miles Davis – Hermeto Pascoal também! -, um pouquinho de humildade e simancol não custam nada.
Nada está perdido no campeonato japonês de futebol do Brasil. Era uma chance de chegar junto e desperdiçamos. A maldita regularidade é que foge de nossas mãos nos momentos mais inconvenientes. Sim, não é nada do outro mundo vencer o Grêmio em crise no domingo, mas fica o gosto amargo de que aquele nocaute em cima do Galo foi um ponto na estrada – e não ela própria.
Mais uma vez: por mais que Levir tenha realizado substituições extraterrestres – e estuprado o esquema -, precisamos ver a questão do Fluminense sob perspectiva, do alto, sem aplaudir ou xingar o primeiro print da tela do campo. Ainda torço, ainda acredito, mas a quarta temporada irregular me incomoda pacas.
A Chape merece todo respeito, mais seis jogos sem vencê-la é um tanto demais, ao menos para os torcedores do passado feito eu. Demais feito esse rapaz, o Ceifador, a quem não quero mal, mas que é inferior tecnicamente a todos os atacantes de finalização que vi em 40 anos, inclusive em 1999.
NOTA: Esta coluna foi publicada cerca de 15 minutos antes da desastradíssima entrevista coletiva do Sr. Levir Culpi. A própria entrevista fala por si. O Fluminense é algo sério demais para manter profissionais desinteressados de qualquer natureza – sem contar os absolutamente incapazes. A irregularidade não se limita ao campo. Se Levir não faz questão de trabalhar no Fluminense, que vá para o inferno com sua língua de trapo. No entanto, o número de treinadores tricolores desde a saída de Abel Braga ajuda a entender não somente o ponto que foi a má atuação de ontem, mas a estrada inteira.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @pauloandel
Imagem: rap
É pessoal, a menos que a sorte prevaleça ao burro e ganhemos as próximas 13 partidas, ficaremos pelo meio da tabela mesmo. ST
Andel: É, Carlos, talvez seja isso mesmo. Abraço. ST.
Entendo os exageros não só seus mas dos outros tricolores em geral.
Mas acho que estamos naquela situação , ganhou é bestial, um verdadeiro gênio; perdeu é uma besta, não serve mais .
Não achei as substituições ruins, elas tinham uma lógica mas simplesmente não funcionaram.
E acho que não funcionaram por detalhes individuais e insegurança coletiva.
O garoto Ayrton entrou mal , o Maranhão não encontrou espaços e o Ceifador não recebeu a bola decisiva.
Estou com o Levir até o fim do ano.
Andel: Waldo, todo respeito à sua opinião. No entanto, acho que você foi reducionista ao apontar algum exagero meu. Creio que nenhum tricolor esteja satisfeito com quatro anos de irregularidade e esse foi o mote da coluna, inclusive destacado claramente na nota publicada. Não faço parte dos que acham normal sermos fregueses da Chapecoense, com todo respeito ao time catarinense. E nem dos eventuais apoiadores de Henrique Ceifador.
“Esta coluna foi publicada cerca de 15 minutos antes da desastradíssima entrevista coletiva do Sr. Levir Culpi. A própria entrevista fala por si. O Fluminense é algo sério demais para manter profissionais desinteressados de qualquer natureza – sem contar os absolutamente incapazes. A irregularidade não se limita ao campo. Se Levir não faz questão de trabalhar no Fluminense, que vá para o inferno com sua língua de trapo. No entanto, o número de treinadores tricolores desde a saída de Abel Braga ajuda a entender não somente o ponto que foi a má atuação de ontem, mas a estrada inteira.”
ST
Interessante é que a culpa é sempre do treinador. E quem o contrata??? E quem contrata essas barangas???? E quem insiste em afirmar que o trabalho de Xerém é bom???? E contra o “presidente”???? Contra esses ninguém faz campanha nas redes sociais né???
Andel: “O inferno são os outros”.
Hola tricolores;
E para alguns torcedores desde o passado, como eu e como você, e tantos outros, algumas coisas são indeléveis. Assim, vamos supor que por alguma razão – nesse caso irracional – no próximo ano o FLU ganhasse dessa Chepe de goleada, ainda assim não apagaria a condição de sermos seus fregueses! E para torcedores dessa estirpe, isso é grave, muito grave! Cara, desculpe, mas “Tô puto” com essa freguesia.
ST
Andel: Totalmente, Iarê. Inaceitável. Abraço. ST.