Vitória do cansaço
A maratona está muito intensa. Os times estão sentindo. Ontem, no Maracanã, era nítido o cansaço do Fluminense. Viagens e viradas estão acabando com o fôlego e com os nervos dos jogadores tricolores. Por mais frustrante que tenha sido, o empate acabou sendo um resultado admissível, considerando-se as condições.
O jogo começou exageradamente lento. As defesas se recompunham com muita facilidade. Para quem assistiu pela televisão, pouco se viu os goleiros na tela. Tudo se desenvolvia nas duas intermediárias. Muito mais na do Coritiba, principalmente, porque o time paranaense errou muitos passes. Na poucas vezes que o Fluminense chegou perto da área, geralmente pelo lado direito, o cruzamento saiu mal executado.
Mais uma vez, Luxemburgo entrou com Diguinho no meio-campo. O surfista sem mar começou tranquilo, ao contrário do jogo em Criciúma. No entanto, alguns passes errados e faltas desnecessárias ligaram as vaias da torcida. Então, a coisa desandou para seu lado e para o Fluminense. Aos 31’, Lincoln se aproveitou da endêmica desatenção de Anderson e cabeceou livre para abrir o placar. A partir dali, o time se perdeu. Por pouco, o Coritiba não ampliou.
Na volta dos vestiários, Luxemburgo entrou com Biro Biro e Ronan, nos lugares de Diguinho e Carlinhos, respectivamente. O time cresceu e logo empatou. Parecia que a virada viria em seguida, mas, aos poucos, o marasmo retornou. Exceto em algumas boas jogadas ofensivas de Biro Biro, o jogo transcorreu com a mesma lentidão e falta de objetividade do primeiro tempo. O Coritiba optou por garantir o empate. Mesmo com a bola no pé, o Fluminense não conseguiu levar perigo ao gol de Vanderlei.
Como uma última cartada, o técnico tricolor colocou Samuel para ficar mais dentro da área e Rafael Sóbis para tentar os chutes de fora da área. A ideia não vingou. Talvez, fosse mais proveitosa a entrada de Felipe. Quem sabe o veterano jogador não encontrasse algum espaço na retranca paranaense?
A opção foi a bola aérea. No entanto, não era jogo para isso: o Fluminense não tinha ninguém para aproveitar as bolas que vinham pelo alto e o Coritiba tinha uma boa dupla de zagueiros para esse tipo de jogada.
O time estava, visivelmente, cansado. Aliás, extenuado seja a palavra mais apropriada. Ronan e Rafael Sóbis passaram mal devido ao esforço acima do normal. Por esse fator, devemos considerar bom o resultado. Ao fim do jogo, Rafael Sóbis nem conseguiu concluir a entrevista por falta de fôlego. Realmente, o calendário com jogos domingo-quarta-domingo e, consequentemente, viagens em cima de viagens, tem sido muito sacrificante.
Incompreensível a opção por espremer o calendário em vez de reduzir as competições. Bastaria diminuir o número de participantes e mudar a fórmula dos estaduais que o problema seria resolvido.
Saiu o calendário de 2014. Em ano de Copa do Mundo, as dificuldades serão ainda maiores, pois acabaram até com a pré-temporada. Os times retornam das férias, diretamente, nos estaduais. O futebol brasileiro que se lasque. Simples assim.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Imagem: placar.com.br
Diguinho: “surfista sem mar”. Kkkkkkk
Este calendário é ruim. De 2014, horroroso. Eles se superam!
O que acaba com o teu time é a distância para os times de cima. Há uma falta de esperança sobre como chegar no topo.
Está caindo na real para ver que o Luxemburgo não tem uma fórmula especial para dar uma virada. O Flu está condenado a uma temporada de time médio para evitar o caminho da degola.
Desejo sempre toda sorte para você, Maurão. Sei o quanto curte o tricolor carioca e o quanto gosta de futebol, mas este ano a coisa não está num ritmo tão bom quanto teve nos outros anos.
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