Amigos, amigas, finalmente uma vitória depois da sucessão de desastres. Mano Menezes levou a campo uma equipe razoavelmente lógica, que fez uma partida equilibrada na primeira etapa, mas foi superior ao Cruzeiro na segunda, conquistando uma vitória merecida, como, aliás, teria sido se houvéssemos vencido o Botafogo naquele duelo que terminou com a paçocada de Felipe Melo.
Se Mano fizer o óbvio, o Fluminense não cai. Já jogamos futebol de G-4, mas Mano não ouviu as quatro linhas. Hoje, no máximo não jogamos futebol de time rebaixado. Corremos riscos, mas, no balanço geral, fomos superiores a um time que briga na parte de cima e que tem Fernando Diniz.
Só consigo entender a contratação do nosso ex como um projeto para 2025. Visivelmente, o Cruzeiro está longe de assimilar o modelo de Diniz, o que acabou nos favorecendo, mas não foi só isso. Jogamos, dentro das limitações de um time muito envelhecido, com intensidade e organização tática.
Sofremos na primeira etapa com a dificuldade de, jogando com nossas linhas altas, acompanhar as ações contraofensivas da equipe mineira. O que acabou por originar algumas oportunidades para eles, mas a grande intervenção de Fábio foi em cabeçada a queima-roupa, na segunda etapa, quando já vencíamos por 1 a 0.
Vencemos por causa da dobradinha do Gênio com o Demônio. Um time precisa ter quem, de alguma forma, desequilibre o jogo. Então, ainda no começo da segunda etapa, Arias e Ganso tabelaram. O Gênio meteu bola espetacular para o Demônio, que bateu com perfeição, sem defesa para o goleiro cruzeirense.
A partida de hoje mostrou que o caminho para nos mantermos na Série A é fazer o óbvio, aquele que Mano evidenciou e contra o qual depois se voltou, fazendo com que nossa redenção houvesse sido abortada. Devemos, em razão desse infortúnio, nos contentar, para encerrar a temporada, em evitar um rebaixamento que já poderia estar fora do nosso radar.
É bom, no entanto, que nos mantenhamos vigilantes, porque o fantasma do Fluminense pode ter dado um tempo, mas está à espreita, pronto para nos atormentar com as escolhas absurdas que interromperam o trabalho de Diniz e, nos últimos dias, colocaram sob suspeita o trabalho de Mano.
Boas escolhas e substituições razoavelmente aceitáveis. Mano não cometeu a besteira de substituir Martinelli, que é o eixo desse time, que nos dá equilíbrio em todas as situações de jogo, principalmente quando, faltando 15 minutos para o final da partida, é obrigado a substituir Ganso por Lima, que acabou entrando muito bem e contribuindo para que o Fluminense mantivesse o controle do jogo.
É só trabalhar com lógica que esse pesadelo vai fazer um tour no inferno após uma boa noite de sono. Mas tem muitas coisas sobre as quais teremos que conversar, porque o Fluminense é coisa muito séria, pedra fundamental da civilização brasileira, que, por diversas razões, se recusa, de tempos em tempos, a não se sabotar e colocar tudo de bom que Deus nos deu a perder.
Que o Fluminense não coloque a perder aquilo com que os Deuses nos presentearam e respeite o sentimento daqueles que, mais do que apaixonados, lhe dedicam amor legítimo e verdadeiro.
Se é que é possível.
Saudações Tricolores!