Amigos, amigas, o Maracanã, diante de excelente plateia, em números e comportamento, presenciou o duelo entre duas das melhores equipes do futebol brasileiro.
Pode parecer extravagante tal afirmação, quando uma dessas equipes era, pelo menos até o início do duelo, a penúltima colocada no Campeonato Brasileiro.
Isso não é, todavia, algo tão difícil de explicar. Se o Fluminense ainda terminará a rodada na zona de rebaixamento, isso se deve ao fato de ter vivido a experiência, durante algum tempo, de ter sido o pior time da Série A.
Como, porém, um time muda assim, da água para o vinho? A resposta é: lógica, bom senso e, para isso, mudança radical na política concebida para o futebol tricolor.
Tudo indica que no Fluminense de Mano joga quem está melhor preparado para isso. Basta observar que, ao contrário de outros tempos, Marcelo e Felipe Melo começaram no banco e de lá não saíram.
O Bahia teve a primeira boa chance do jogo, com Fábio fazendo grande defesa, e tentou, como é de sua natureza, se apoderar de nossa intermediária. Nossa marcação compacta acabou, porém, levando incômodo ao modo do time de Ceni se articular ofensivamente.
No curso de toda a partida, não foram raros os momentos em que o Fluminense roubou a bola do Bahia ou que provocou passes errados, gerando muito incômodo à defesa adversária.
Tivemos, logo no início, um gol corretamente anulado, apesar da linda jogada de Diogo Barbosa e Kauã Elias. Que, no final da primeira etapa, marcaria o gol único da vitória tricolor, após trama ao modo Diniz pela direita, que contou com a participação de Ganso, Arias, Samuel Xavier, com linda assistência, e ele, o homem que vem substituindo Cano na tarefa de fazer gols.
Aliás, há dois aspectos a serem considerados nesse lance. O primeiro é que o Fluminense se utiliza de tudo que há de melhor da herança de Fernando Diniz. O segundo é o crescimento de Samuel Xavier, que volta ao patamar de um dos melhores laterais do Brasil.
Falando em lateral, aliás, Diogo Barbosa fez mais uma excelente partida. Está bem à vontade com a proposta de jogo de Mano e subindo assustadoramente de produção.
André voltou a fazer partidas soberbas, elevando as atuações de Martinelli, que hoje voltou a jogar liberto do piano que parecia carregar nas costas. Voltou a ser um dos melhores volantes da atualidade, o que eleva consideravelmente o nível das atuações do Fluminense.
De Ganso e Arias eu me recuso a falar, para não perder tempo e não ser redundante, mas acho que ainda não havia falado de Serna. O colombiano que chegou, sentou-se na janela e se assenhorou do espaço.
O alinhamento de Serna ao modelo de jogo de Mano é impressionante. Seu desempenho tático é algo notável. E eu adoro poder usar esses adjetivos de forma honesta, entusiasmada e quase emocionada.
Porque o Fluminense voltou a atuar como um dos melhores times do Brasil. As vitórias autoritárias sobre Palmeiras e Bahia são indicadores claros. Apesar, é bem verdade, do início de segundo tempo muito perigoso do Bahia, mas jogar contra eles sem querer tomar sustos é o mesmo que tentar chegar à arquibancada do Maracanã sem percorrer aquelas rampas enjoativas.
Tirando breves momentos de superioridade do Tricolor da boa terra, o que se viu foi o Fluminense sempre melhor em campo, merecendo irrefutavelmente a vitória, mas o que dizer de Thiago Silva?
É verdade que o Bahia teve duas ou três grandes oportunidades de gols, assim como é forçoso admitir que a presença de Thiago Silva não nos garantirá para sempre o que vem proporcionando até agora: quatro jogos com o Monstro, nenhum gol sofrido. Mas é fato que nosso desempenho defensivo se transforma com sua presença.
É uma grande felicidade voltar a poder dizer que o Fluminense está no caminho certo e caminha célere para se reabilitar como grande candidato aos títulos das copas. Quarta-feira, aliás, é dia de Maraca lotado para empurrar o Time de Guerreiros em direção às quartas de final da Copa do Brasil.
Se voltássemos um mês no tempo, não seríamos capazes de conceber a realidade com que nos deparamos hoje.
Da água para o vinho, Fluminense Football Club!
Saudações Tricolores!
Qualquer time melhoraria muito com a espinha que está jogando: Tiago Silva, André e Árias
A entrada do Serna melhorou muito a saída para os contra-ataques. Vamos sair da Zona e ganhar uma das copas. ST