Em novo reencontro contra o treinador Vagner Mancini, não deu outra, perdemos de novo, sufocados em nosso próprio ar, sem criatividade, mais amarrados que o inimigo para um crente evangélico.
Em noite triste de um Maracanã banguela, o Coelho oprimiu e doutrinou o Tricolor. Já nos primeiros minutos criou chances até chegar ao seu gol: em lance de toques rápidos de bola, pela nossa direita, aos cinco minutos a bola chegou aos pés de Juninho, com passe de Felipe Azevedo, o capitão mineiro recebeu, girou e finalizou com perfeição para o fundo do gol.
O primeiro tempo foi de total domínio do América, com raríssimas chances para o clube das Laranjeiras que, à rigor, só assustou o goleiro Cavichioli no gol impedido e anulado de Cano. Em todos os outros lances, as finalizações mais pareciam recuos para a meta alvi-verde.
Aos trinta e quatro minutos, após único momento em que o Fluminense valorizou a posse de bola, o América armou um contra-ataque perigoso que gerou o escanteio fundamental para o segundo gol adversário. Após a cobrança, a bola travou na defesa do Flu, Matheusinho pegou a sobra e chutou à meia altura no canto direito, Fábio em seu famoso delay, chegou mais atrasado do que os salários no Fluminense.
Segundo tempo, Diniz reinventou mais uma vez: tirou Caio (nem acredito), Manoel e Matheus Martins para as entradas de Calegari, Nathan e Willian, deixou apenas Nino de zagueiro, improvisou Calegari na lateral esquerda, adicionou Nathan ao inoperante meio de campo. O Fluminense até conseguiu com esse quasímodo criar oportunidades, mas todas esbarraram em defeitos ou nas mãos de Matheus Cavichioli.
Complementar à montagem de elenco precária e atendendo a interesses que não os do Fluminense e sua torcida, Diniz se rendeu ao sistema e é hoje refém de suas escolhas, ou não. O fato é que, como não tentou outros caminhos, seguirá repetindo a fórmula fracassada de seus antecessores e de seus patrões.
Agora acumulamos três derrotas seguidas, duas delas contra adversários com muito menos investimento que o Fluminense, deixando a olhos nus que o problema está longe de ser financeiro. Antes fosse. Temos sérios problemas de concepção, uma aberrante dislexia intelectual. Isso porque acerca dos esquemas, apenas podemos supor, como o caso Live Sorte, por exemplo.
Parafraseando Juca Kfouri: vou procurar agora um guaraná Taí, esperando o Mário cair.