Fluminense 0 x 1 Botafogo (por Paulo Tibúrcio)

INFORMÁTICA PARA PEQUENOS E MÉDIOS AMBIENTES

Fechamos a décima terceira rodada do campeonato com uma derrota. Considerando ter sido um clássico, não seria tão problemático. A questão não foi o resultado em si. A situação começa a ficar complicada quando analisamos o desempenho do time do Fluminense nos últimos jogos, incluindo este, contra o Botafogo. O rendimento tem sido abaixo da média e irrita a torcida, que passa a reclamar e com toda razão.

A culpa não é dos jogadores, que não estão de má vontade. Não podemos ser injustos a este ponto. Mas só boa vontade não é o suficiente. O torcedor tricolor pode até apoiar na vitória ou na derrota, como diz o grito da torcida, mas percebe quando o revés se dá por algum problema que vai além do simples “onze contra onze nas CNTP”.

Também não cabe reclamar da qualidade do time. Temos algumas posições carentes certamente, mas se analisarmos o time como um todo, vemos ali bons jogadores, entre eles alguns cobiçados pelo mercado do futebol. Alguns que tem entrado recentemente até apresentam um potencial, como foi o caso do Matheus Alessandro no último jogo, embora tenha abusado das jogadas individuais. Outros como Mascarenhas e Calazans também não podem ser considerados jogadores ruins, embora oscilem junto com o time.

O problema é que falta uma personalidade para este time, falta liga. O time tem que funcionar como um sistema, onde o conjunto seja mais eficiente que as partes que o formam. No jogo contra o Botafogo, o que mais se viu foram jogadores isolados, tentando resolver o jogo sozinhos, facilitando a marcação do adversário. Quando o time consegue uma sinergia, as chances de gols aparecem, como a cabeçada de Matheus Alessandro na trave, após boa armação do ataque do Fluminense. O problema é que estes momentos são raros.

Fica difícil conseguir uma personalidade com tantos desfalques. Abel não consegue repetir uma escalação por conta de contusões e suspensões. Desta forma, o time carece de entrosamento, dificultando a criação de um esquema tático robusto. Com isto temos falhas em todos os setores. Para piorar, Scarpa, Wendell não estão em sua melhor fase.

Também temos uma queda de rendimento de Orejuela que passa a ser contestado por parte da torcida. Tenho observado seu posicionamento em campo. Joga isolado, como último homem de proteção da zaga. Seria interessante ver como ele jogava no Independente Del Valle e na seleção equatoriana. Na minha humilde opinião, seu aproveitamento nesta posição está errado. Primeiro, porque não tem físico e característica exercer o último combate. Segundo porque ele tem um bom domínio de bola e uma excelente qualidade no passe. Jogando mais recuado acaba correndo mais riscos ao realizar um drible ou tentar um passe mais ousado. O ideal é colocar um jogador com características mais defensivas e deixa-lo jogar na antecipação das jogadas, mais à frente. Ou revezar com outro jogador, sem um posicionamento fixo. Neste caso, requer treinamento.

Treinamento que parece ser outro problema do time. O Fluminense joga de forma cadenciada e previsível. Dificilmente surpreende o adversário. Abel tem sido excelente e é peça fundamental da engrenagem. Porém, já está em outro patamar, está mais para um manager. Não consigo vê-lo treinando exaustivamente jogadas com o time. Precisa de um assistente técnico. Ele tem o grande Leomir para ajuda-lo, mas penso que seria interessante um profissional mais focado para realizar um treino tático com os jogadores.

Para tornar a situação mais crítica, estamos na janela de negociações e muitos jogadores têm sido cobiçado por equipes estrangeiras. Junto a isto, o Fluminense passa por problemas financeiros, sendo inevitável que alguns terão que ser vendidos para cobrir os compromissos financeiros da temporada. Esta situação deve criar um clima de instabilidade e incerteza e prejudica o trabalho. Abel tem reclamado desta situação nas entrelinhas.

Estamos em um período muito difícil, o que preocupa os torcedores. O texto foi crítico, o que não significa que seja apocalíptico. A situação está difícil, mas creio que possa ser superada caso algumas ações sejam realizadas. Espero que a venda de jogadores permita a contratação de outros, com bom custo benefício e que permita cobrir a escassez do elenco. Acredito que passada esta fase ruim, o time tem condições de melhorar com a volta de Sornoza, a recuperação do futebol do Scarpa e a redefinição do elenco. O problema é o tempo. Ele é implacável. Precisamos voltar a encontrar o caminho das vitórias.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @paulotiburciojr

Imagem: bat

3 Comments

  1. Apesar dos pesares, eu chamaria o Carlos Alberto que reincidiu com o Atl Par essa semana, é meio marginal mas tem casca grossa, coisa que falta na molecada.

    ST

    1. Rapaz, diante da situação, até isso parece ser uma boa idéia kkkkkk

    2. Poderia fazer um contrato na base de produtividade. Maturidade e futebol ele tem quando quer jogar. ST

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