Era para ser mais fácil. Não foi. O Fluminense se classificou para a próxima fase da Copa do Brasil, mas passou por momentos dramáticos em campo. O time não repetiu as boas atuações que vinha fazendo nos últimos jogos, mas deu para o gasto. O jogo marcou a volta do Flu ao seu pequeno caldeirão – o estádio Giulite Coutinho em Edson Passos. A torcida compareceu e lotou as três partes a que tinha direito. Vazio apenas o espaço reservado ao Tigre, que contou com alguns poucos aficionados. Os tricolores presentes apoiaram o time com vigor. No final, sofreram, mas saíram aliviados.
O primeiro tempo começou bastante disputado. O Criciúma precisava da vitória e veio com uma postura bastante ofensiva, mesmo jogando fora de casa. O Fluminense se aproveitou dos descuidos do Criciúma e marcou logo dois gols. O primeiro, após jogada de Léo, que deixou para Douglas chutar colocado no lado esquerdo do goleiro Edson. Em seguida, o oportunismo de Richarlisson culminou em pênalti convertido em gol por Henrique Dourado. O fato pareceu consumado. Ledo engano. O Criciúma partiu para cima, se aproveitando das (ainda existentes) falhas de nossa defesa, principalmente nas bolas altas. E foi do alto que o Criciúma fez o seu gol, marcado por Giareta, livre dentro da pequena área. O gol reascendeu a disputa. Até o final do primeiro tempo, o Fluminense permaneceu defensivo, passando sufoco e tendo poucas chances.
O Fluminense começou o segundo tempo com Wendel no lugar de Douglas, que saiu machucado. O Criciúma continuou marcando forte (várias vezes forte até demais) e tocando bem a bola. Em uma inversão de papéis estranha, o time do Flu, com muito mais recursos, não mantinha a posse de bola e dava chutões para frente, facilitando o trabalho do adversário e irritando a torcida. Bastou um pouco de qualidade para a situação se reverter. Em boa jogada, Léo cortou para dentro e tocou para Sornoza. O equatoriano, até então apagado no jogo, chuta na entrada da área adversária e marca um belo gol. O Criciúma foi, aos poucos diminuindo o ímpeto. Quando o resultado parecia estar definido, mais um vacilo da zaga e Silvinho marca o gol que deu ares de desespero à partida.
Algumas considerações importantes:
– Com o passar do tempo, é natural que alguns times fiquem bem ajustados e passem a jogar melhor como é o caso do Criciúma. O time é bem treinado pelo Deivid e mostrou um bom futebol (com uma única ressalva: abusa da violência) Ganhamos por causa de alguns lampejos de nossos jogadores. Taticamente, o jogo foi do Criciúma. A comissão técnica precisa a começar a melhorar a forma do time jogar, tornando-o mais dinâmico no ataque e seguro na defesa.
– A arbitragem precisa começar a coibir com mais veemência a violência que vem sendo utilizada contra o jovem time do Flu. Os adversários se aproveitam da leveza de nosso time para jogar de forma mais dura, mas isto tem um limite. Os árbitros pouco fazem para coibir o abuso. Está na hora da diretoria começar a monitorar isto mais de perto e tomar as providências necessárias para se evitar este tipo de situação. Já estamos sem o Scarpa. Não podemos correr o risco de perder outros jogadores. Além disso, o futebol agradece.
– Preocupa-me a autossuficiência, característica que vem seguindo o Fluminense por tantos anos. É certo que diminuiu este ano. O time tem jogado com mais vontade e aplicação. Mas não podemos considerar um jogo ganho quando ainda faltam cinco minutos de batalha. O time abusou do direito de perder gols e ainda me leva um que quase nos derruba. Que fique de lição aprendida para os próximos jogos. Empenho até o fim.
Agora é aguardar o sorteio da próxima fase da Copa do Brasil, onde saberemos o adversário e as datas dos jogos. Enquanto isto, teremos jogo pelo Carioca contra o Nova Iguaçu no domingo, onde Abel poderá descansar alguns jogadores e testar o elenco, já visando o clássico contra o Botafogo. Ainda não contaremos com Scarpa, que segue se recuperando. As dificuldades começarão a aumentar a partir de agora. Nunca é fácil. Já estamos acostumados.
Panorama Tricolor
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Imagem: bati