Começarei pelo Vasco, porque falarei dele apenas o suficiente. O time da Colina entrou em campo depois do Flu, violando o cerimonial da FERJ; certamente uma orientação de seu nefasto dirigente. E começou o jogo com mais brutalidade que futebol. A cotovelada de Luís Fabiano em Henrique, logo no primeiro minuto, era lance para expulsão. Já vi vermelhos por muito menos. Além disso, o Vasco só jogou após os trinta e tantos da primeira etapa, quando teve boas chances de gol, uma espetacularmente defendida por Cavalieri, na cara de Nenê. Outra parecida foi no segundo tempo, noutro lance de um ataque totalmente impedido – que a arbitragem não marcou – e que Cavalieri também salvou.
Afora isso, só deu Flu. Um Fluminense soberbo do início ao fim, desfilando o talento de jovens jogadores que encantaram o torcedor Tricolor que foram ao Maracanã e os espalhados por todo o Brasil. O Tricolor, ao contrário do que a vantagem sugeria, partiu para cima desde o início, sufocando o Vasco e seu campo e perdendo as melhores oportunidades. Foram quatro ou cinco que poderiam ter resultado no primeiro gol Tricolor. O Flu só pecou no último passe, o que contribuiu para não ter saído com a vitória no primeiro. Isso e um pênalti escancaradamente não marcado pela arbitragem, que também errou ao ter dado sobrevida ao jogador Jean, do Vasco, que deveria ter sido expulso de campo tal o repertório de bordoadas que distribuiu.
Mas o Flu não sucumbiu à porrada do adversário. Retribuiu com um baile no segundo tempo. Logo aos seis, Lucas dá um lençol no zagueiro e cruza para Richarlisson marcar o primeiro. E quando o Fluminense fez o seu gol, o jogo que já estava à sua feição, ficou ainda melhor. Com mais campo, o Tricolor torna-se uma equipe fatal. Tão fatal que fez o segundo, com Wellington Silva de letra, coroando sua magnífica atuação. A partir daí o Vasco perdeu a cabeça. Wellington Silva foi muito malvado e depois de de driblar três vascaínos e até o árbitro, fez Douglas perder a cabeça e agredi-lo sem bola. Foi corretamente expulso.
O terceiro não demorou. Veio de um cruzamento que Léo completou de cabeça. Daí em diante foi só festa e olé. Sou sincero, prefiro sempre mais um gol ao olé, mas o Tricolor ainda foi para frente tentando o quarto. Não deu, sobretudo porque o bandeira levantou seu instrumento de trabalho num lance legal que certamente daria em gol.
A vitória veio, foi maiúscula e justíssima. Mais um chocolate sobre o time de Eurico, mais uma bela atuação, sobretudo no segundo tempo, mais uma demonstração de que o grupo está nas mãos de Abel, que deu ao Flu uma obediência tática impressionante. O Tricolor surpreendeu o Vasco e o Vasco não se recuperou do susto, mas terá mais de vinte dias para isso.
Wendel e Wellington Silva foram estupendos, notas 10 com louvor. Léo e Lucas também jogaram acima da média. Richarlisson é sempre um leão e a zaga foi segura. Cavalieri, Sornoza e Orejuela completaram o rol de grandes atuações. Todos, enfim, contribuíram para essa atuação de gala.
Parabéns, Fluminense, o caminho é esse: humildade, dedicação, aplicação tática e honra. Este é um grupo honrado, que merece do torcedor o maior respeito, independentemente do resultado de campo. Perder ou vencer faz parte, mas jogar com garra é obrigação, e isso não falta ao Flu de Abel Braga.
Panorama Tricolor
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