Flu 2025: contratações ou reforços? (por Edgard FC)

Estamos sob férias das equipes profissionais aqui no Brasil. Ainda que alguns jogadores estejam esbanjando seus minutos em peladas e torneios com o mero intuito comercial, a nata futebolística ainda sequer voltou de suas férias.

Período este que fica quase insuportável acompanhar o noticiário esportivo. É tanta barrigada, tanto boato, tanta mentira, tanta falta do que dizer que fica mais fácil acreditar em político recém e/ou reeleito Brasil afora.

No Fluminense, os mesmos de sempre (lá se vão quase seis anos) seguem comandando as operações no clube. Tudo dominado, comunicação oficial, extraoficial, passando por cookies e kratos, sem deixar de mencionar a nova modalidade do mercado editorial: quatro nomes para assinar uma matéria que qualquer estudante de ensino médio da falida educação brasileira escreveriam, com todos os esses e erres.

Outro fantasma nefasto é a alcunha ‘sem custos’, em que pessoas que juram ter credibilidade escrevem aos borbotões em jornais, sites, blogs e redes sociais.

Afirmam quase que em êxtase, comemorando, assim como Álvaro Barcelos fez quando a justiça anulou os rebaixamentos no finado Brasileirão de 1996, beneficiando a equipe das Laranjeiras por tabela indigesta.

O atual mandatário do Fluminense discorreu sua verborragia de botequim, tipo anos 1980 em entrevista coletiva (coletivo de compadres) e carta aos sócios, enviada no último dia do ano passado via aplicativo de mensagem aos sócios do clube.

Nela, Mario tratou sua perdulária gestão como uma mera epopeia, fez parecer real um mundo que habita apenas sua mente e a de seus asseclas, fiéis escudeiros, de peruca ou não, usando pseudônimo da mitologia grega ou tupiniquim, sem deixar de mencionar seu estrategista de comunicação, sempre usando as mídias do clube para adular e adorar ao venerável MaBi, pavão para os que se acostumaram com suas aparições e evoluções carnavalescas, com todo respeito ao maior espetáculo da terra, maior ópera a céu aberto, que é o nosso carnaval.

Não bastasse essa angústia de ver uma instituição de joelhos a um grupelho, mas que pode ter tentáculos gigantescos nas entranhas e estranhas do clube, sugando as energias vitais e materiais da instituição via contratos, comissões, pejotas e fakes, temos de aturar, no futebol, contratações que não modificam o status da equipe.

Para não dizer que não falei das flores, os desquites com os Felipes, Alves e Melo, Antônio Carlos, Diogo Barbosa (deste, vamos sentir saudades, rs) e Gabriel Pires podem aparentar um alívio; porém, não podemos esquecer que só estiveram no clube por intermédio do mesmo algoz que agora quer pousar de salvador. O conto do bode continua na moda.

Outrossim, naquela de que: não temos provas, mas também, dificilmente temos dúvidas, esses mesmos personagens voltarão ao noticiário tricolor em processos cobrando valores que não receberam por aqui, gerando mais gordas e suculentas comissões em processos, quase sempre encerrados via acordos, nunca benéficos ao Flu.

Ainda soubemos de renovações que extrapolam qualquer razoabilidade, jogadores com mais de trinta e cinco anos, já arrastando suas fantasias em evoluções mambembes, tendo seus contratos esticados até depois das fronteiras deste mandato, criando passivos nocivos, dentro e fora de campo.

Das novidades, nomes insuficientes, se pensarmos que teremos um ano longo, disputando o maior campeonato nacional fora da Europa, além de Estadual, Copa do Brasil, unidos pela Sula, passando pelo Super Mundial que acontecerá no meio da temporada, interrompendo as ações em solos tupiniquins.

Chegadas que não melhoram a equipe em nenhuma posição, a não ser engrossar números, quando muito. Hércules, tratado como hiper craque por muitos entendidos, não tem números melhores que o Lima, por exemplo.

Paulo Baya, embora tenha feito uma temporada razoável pelo Goiás na Série B e Goianão, dificilmente barraria Serna ou o veterano Keno, nem precisando mencionar Jhon Arias, óbvio.

Os outros nomes beiram o surrealismo, como o já contratado para figurar no Sub20 ou Sub-Angioni, Lavega, em que a única fanfarra feita, foi o virtual chapéu dado no Vasco, que parecia enamorar o semi jogador uruguaio.

O zagueiro (muito embora tenha atuado bastante como lateral esquerdo) escolhido para continuar a Constante de Bittencourt – ‘quem tem seis, tem cinco’ – foi Juan Freytes, argentino perdido no poderoso futebol peruano. Está mais para opção, justamente pelo planejamento da gestão em não fortificar o setor, deixando a mercê de improvisados e ex-jogadores, quase que de propósito, para conseguir armar tenebrosas transações.

Outros nomes especulados seguem o mesmo raciocínio: não elevariam a equipe, mas sim empilhariam jogadores parecidos, ofertando ao treinador Mano Menezes opções limitadas, que seriam facilmente supridas por jogadores formados na base, com o adendo de que seriam possíveis ativos em futuras negociações.

A cereja desse pão-de-ló foi o resgate de Marcelo Pitaluga. Goleiro que era uma promessa da base, com passagens em seleções brasileiras, teve seu contrato encerrado junto ao Liverpool, que decidiu não renovar. Bertolucci então tratou de repatriar ao Fluminense, quem sabe para compor algum acordo. Nesses cinco anos de vínculo com a equipe do coração estrangeiro de Marcelo Diniz, jogou em divisões inferiores da Inglaterra, categorias de base dos próprios Reds, além de ter sido emprestado a equipes nanicas da Irlanda e Escócia.

Sobre este retorno, um jornalista muito afeito a defender a gestão tratou como uma “tacada de mestre”, pois segundo ele o clube vendeu o jogador para treinar e aprender com Alisson e Taffarel, goleiro e ex-goleiro da Seleção Brasileira e agora o contratou ‘sem custos’. Risível.

No entanto, se o gajo fosse um jornalista sério, saberia que o Marcelo sequer integrou o grupo principal do Liverpool FC, onde teria algum tipo de contato com os nomes citados, mas essa postagem demonstra bem a artimanha utilizada pela gestão e seus penduricalhos para enaltecer um Midas às avessas.

A temporada 2025 do Fluminense ainda nem começou, mas já estamos lutando contra a mesmice e torcendo cegamente para que Gravatinha tenha tido seus vencimentos renovados, pois vamos precisar.