No que se refere o Campeonato Brasileiro de 1970, pode-se afirmar que, asseguradamente, foi o maior Brasileirão de todos os tempos. Na época, apenas o nome era outro: chamava-se Torneio Roberto Gomes Pedrosa, mais conhecido como Robertão.
Neste campeonato, disputaram o Santos de Pelé, o Cruzeiro de Tostão, o São Paulo de Gerson, o Corinthians de Rivellino, o Palmeiras de Ademir da Guia, o Galo de Dadá Maravilha e, por fim, o Botafogo, de Jairzinho. Mas, nessa lista, está faltando o time que viria ser o campeão, não é mesmo?
Ambos esses times possuiam outros grandes craques, mas eles não foram capazes de superar o time que surgiria para ser o grande vencedor que causaria espanto: o Fluminense.
O nosso Tricolor das Laranjeiras, com toda sua mística e o poder de em todo o tempo surpreender a todxs, teve a seguinte equipe base durante a competição: Félix – Oliveira – Galhardo – Assis e Marco Antônio; Denílson e Didi; Cafuringa – Flávio (Mickey) – Samarone e Lula. Deveras, era um timaço, que acima de tudo teve coragem e não se inibiu perante aos grandes times do momento e venceu o campeonato merecidamente.
Contudo, para ter chegado ao título, o Fluminense precisou ficar entre os dois melhores do Grupo B e fez o seu papel, classificando-se para o quadrangular final, formado pelos dois melhores times de cada grupo. Juntaram-se ao Flu: Palmeiras, Cruzeiro, Atlético Mineiro.
Todavia, tivemos um “problema”: o goleador Flávio, herói da conquista sobre o Fla em 1969, veio a se contundir. Não obstante, surgiu do banco de reservas o mitológico Mickey, catarinense que fazia o símbolo da paz e amor ao fazer seus gols – ele fez todos os gols do Flu nas três últimas partidas decisivas -, para escrever seu nome no mural das glórias tricolores.
Com Mickey, o arqueiro Félix e cia, triunfamos esplendorosamente o Palmeiras, no Maracanã, por 1 a 0 e depois o poderoso Cruzeiro, em pleno Mineirão, também por 1 a 0. Como tínhamos obtido duas vitórias, jogamos pelo empate no último jogo do quadrangular, contra o Atlético Mineiro. Empatamos em 1 a 1, com Mickey, o grande ídolo tricolor naquele ano, fazendo o gol do título.
O Maracanã transformou-se num mar de bandeiras, pó de arroz e, sobretudo, de alegria, lotado por uma multidão de 132.000 pessoas. Uma festa marcada pela massa tricolor que festejou muito o primeiro título nacional do Flu.
Sem dúvidas, foi um dos maiores jogos que o Maracanã já vivenciou. Campeonato igual a este, certamente, não existirá mais: recheado de craques e com um campeão inesperado.
Para mim, essa conquista representa o que é, com efeito, o Fluminense: um time aguerrido, que luta até o minuto final sem se intimidar com o que vem pela frente. Esse é o Fluminense de verdade! Esse é o Fluminense que queremos, sempre!
Curiosamente, o plantel tricolor deste ano era composto por três heróis: Flávio, autor do gol fatal sobre o Fla, em 69; Mickey, que eternizou seu nome nas Laranjeiras ao ser o grande responsável pela primeira conquista nacional tricolor; e Lula, que viria ser no ano seguinte o autor do gol sobre o Botafogo, que nos deu um título igualmente inesquecível e inimaginável há alguns dias antes da decisão. Bom, isso é papo pra outra crônica.
Em suma: Fluminense: de cotado como figurante na Taça de Prata para a cintilação do primeiro júbilo nacional. Só quem tem vocação para a eternidade poderia alcançar tal fato.
Saudações tricolores.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
#credibilidade
Lembro demais deste time. foram meus primeiros heróis tricolores.O engraçado é que lembro de 69, mas não lembro deste jogo, somente do dia seguinte. Que demais!!!!!
Muitíssimo interessante saber ,que há jovens iguais a vc,que se interessam por outro assunto que não seja fank e pornografia nesse país!
Tive uma boa surpresa!
Deus te abençoe!
Vc deve ser um espírito muito velho, apesar da sua pouca idade nessa incarnação!