O maior clássico do futebol brasileiro, quiçá do futebol mundial, ser tão maltratado como o é pelas equipes e pela federação que organiza a competição atual, é um deboche, sem defesa institucional ou nota oficial.
O atual bicampeão do Carioqueta está envolvido na disputa da Recopa Sudamericana, gentilmente apelidada de Copa Rebobó por nosso cronista Tetepê, aquele do chapéu de couro e que está sempre de olho no lance. Só isso já seria motivo suficiente para que, houvesse mais inteligência e bom senso na confecção da tabela, mas pelo visto, nem a gestão do Fluminense se incomodou. Pois agora, Inês é morta.
Mas, como para muitos, só existe o Flamengo, bola pra frente. Ou melhor, para os lados e para trás também, pois assim tem sido o ritmo dos jogos do Fluminense.
Jogo muito bem disputado, como já esperado por quem acompanha, minimamente as duas equipes. Arias segue sendo o jogador com mais aplicação e qualidade. Enquanto o adversário tentava de tudo para acionar Pedro dentro da área, o Tricolor não conseguia encontrar bolas para que Cano pudesse definir.
É Fla-Flu, diria o outro, de maneira efusiva e descontrolado, mas como? Me perguntava a todo instante. Meus pensamentos já estão ao derredor da UERJ, na quinta-feira, por onde caminharei até subir as rampas para ver Flu x LDU.
Um gol anulado para Thiago Santos, que vem se transformando, não em Lobisomem, mas sim em Beckenbauer, segundo muitos emocionados de plantão.
Em um resumo, desses espantaculares (como diria a Oxana Sangueson mãe da Vampirina), as duas equipes se anularam, taticamente, fisicamente e até emocionalmente, mesmo a galera rubro-negra sendo maioria no estádio, o que, infelizmente, se tornou rotina.
Na volta do intervalo, Diniz desmontou todo o sistema defensivo, sacando Guga, Thiago Santos e Marlon e impondo Alexsander, Antônio Carlos e Lima, ficando com estagiários ou temporários nas vagas de especialistas.
Aliás, esse termo não é um mero adorno, na pior das hipóteses, são dez anos, pelo menos, para ficar esperto em uma posição/função.
Tanto menosprezo pelas bases do futebol cobraria seu preço. Em jogada forçada em Alexsander, quebrando um galho na lateral direita, Ayrton quase deitado, rolou para Pedro, de bate-pronto, mandar para as redes e comemorar com bola na barriga e chupando dedo, tradicional homenagem à esposa grávida.
Mas do que estamos reclamando? Só importa o confronto diante da LDU, na quinta-feira, para vingar a dupla derrota sofrida para a equipe equatoriana nos idos dos anos dois mil, não é mesmo?
O jogo seguiu seu curso de intermediária, com as duas equipes lutando para fazer um jogo precário, só que o Flamengo estava nitidamente com o controle da situação, mas me dirão: claro, o foco é quinta, hoje estamos apenas cumprindo tabela, diria um figurão tricolor, escorando-se emocionalmente em aleatoriedades.
O rubro-negro chegaria ao seu segundo gol após uma jogada animal, explico: após dois toques de calcanhar (coices),Cebolinha deu uma patada da entrada da área e Fábio aceitou um belo frango dominical, desses feitos em geladeira de cachorros em tantos estabelecimentos Brasil afora.
Como cantara a Anitta: prepara que agora é hora do show das poderosas. Pois é assim que muitos tricolores cantarão nos anéis de descida do setor sul. Pois, como diria o hinário tricolor: um gol sofrido não vai me abalar.
Fosse para se exibir de maneira tão desonrosa e escandalosa, por que não ter levado à jogo uma equipe integralmente reserva, ou pelos menos os que não estarão envolvidos na decisão de quinta-feira contra a Liga de Quito? Pois será uma terrível tragédia perder mais uma vez para a vitoriosa equipe de Quito no Maracanã.
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FLAMENGO 2 x 0 FLUMINENSE
Campeonato Carioca (Taça Guanabara) – 10ª Rodada
Domingo, 25/02/2024 – 16:00 (Brasília)
Maracanã – Rio de Janeiro-RJ
Renda: R$2.763.177,00
Público: 55.401 pessoas
Arbitragem: Yuri Elino Ferreira da Cruz (Árbitro), Rodrigo Figueiredo Henrique Correa e Luiz Claudio Regazone (Assistentes), Graziani Maciel Rocha (Quarto Árbitro)
Cartões amarelos: Erick Pulgar 15’, Giorgian de Arrascaeta 79’ (FLAMENGO); Thiago Santos 13’, Douglas Costa 22’, Lima 59’ (FLUMINENSE)
Gols: Pedro 52’, Éverton 74’ (FLAMENGO)
FLAMENGO: Agustín Rossi; Guillermo Varela, Fabrício Bruno, Léo Pereira e Ayrton Lucas (Matías Viña 84’); Erick Pulgar, Nicolás de la Cruz (Igor Jesus 76’) e Giorgian De Arrascaeta; Luiz Araújo (Bruno Henrique 60’), Éverton (Victor Hugo 84’) e Pedro (Gabriel 76’). Téc: Tite 4-3-3
FLUMINENSE: Fábio; Guga (Alexsander 46’), Thiago Santos (Antônio Carlos 46’), Marlon (Lima 46’) e Diogo Barbosa; André©, Martinelli e Renato Augusto (David Terans 71’); Jhon Arias, Douglas Costa (John Kennedy 71’) e Germán Cano. Téc: Fernando Diniz. 4-3-3