Amigos, amigas, o Fluminense da noite de ontem foi um filme repetido. Apesar do esquema com três atacantes, conseguimos controlar o meio de campo e fazer uma bela exibição ao longo da primeira etapa. Belas jogadas, Ganso fazendo uma de suas melhores apresentações e os atacantes desperdiçando os gols.
Ponto. Poderíamos ter saído com uns 2 ou 3 a 0 na primeira etapa e não haveria qualquer injustiça nisso. Mas só fomos marcar o gol lá pelas tantas, num lance de bola parada. O que não deixa de ser curioso, depois de termos criado belas jogadas trabalhadas.
A ressalva a ser feita é de que quando falamos de muitas chances de gols em 45 minutos, estamos falando de quatro ou cinco boas oportunidades. Foi o que aconteceu com o Fluminense. É o que permite o futebol brasileiro, mesmo que você tenha muito mais a bola, o que significa um adversário trancado, que não cede espaços e obriga você a trabalhar a bola exaustivamente para encontrar espaços.
Então nós desperdiçamos oportunidades, fizemos um gol já no apagar das luzes e, quando parecia que iríamos para o intervalo com a vantagem, sofremos um gol aos 48 minutos. É o filme repetido, é a facilidade com que a vantagem nos escapa num piscar de olhos.
Veio o segundo tempo e o jogo mudou de figura. O Ceará exercia uma marcação muito boa e o Fluminense tentava acelerar o jogo de qualquer maneira. Passamos a ceder contragolpes e a situação chegou a ficar preocupante, inclusive com direito a um gol anulado do Vozão. Aliás, bem anulado, porque o jogador do Ceará, que estava impedido, interfere diretamente no desfecho da jogada.
Depois do susto, o Fluminense resolveu ir com tudo para acima, mas a troca de Yury por Marcos Paulo acabou desarrumando o time. Daniel, que era a melhor ponte entre o meio e o ataque, recuou para fazer a saída de bola, Ganso cansou e deu-se a pane geral. As jogadas não saíam, porém, mesmo assim, o Fluminense teve a chance do jogo, com Caio Henrique fazendo jogada individual pela esquerda e cruzando na cabeça de Pedro. Seria o segundo do artilheiro, a volta triunfal, com direito a desfile pela cidade durante a madrugada em carro aberto do Corpo de Bombeiros, com acompanhamento da Banda da Polícia Militar. Só que o goleiro deles não estava para brincadeira e fez defesa antológica no Maracanã.
No final, nossa arquibancada deu uma demonstração de por que é a nossa arquibancada e por que muitos torcedores não se sentem à vontade de ir ao estádio.
Aliás, foi um público surpreendente. Eu confesso que esperava no máximo quinze mil caboclos no Maracanã diante dos resultados da venda antecipada.
Quanto a Diniz, tem dois problemas recorrentes, que estiveram presentes no jogo de ontem. O primeiro problema é que o time tem surtos de desconcentração. Não pode levar gol aos 48 minutos do primeiro tempo vencendo de 1 a 0.
O segundo problema é a queda do nível de exibição na segunda etapa quando jogamos no Maracanã. O time fica ansioso e Diniz, quase sempre, erra nas substituições. Há sempre um descuido com o meio de campo, com o setor de pensamento, uma tentativa meio que desesperada de acelerar o jogo. Não pode. Ou nós confiamos no nosso modo de jogar e vamos até o final com ele, ou a gente precisa parar para rever o modelo de jogo.
Jogando como jogou na segunda etapa, o Fluminense criou menos oportunidades de gols, ficou muito mais vulnerável na defesa e esteve perto de sair de campo derrotado. Se era para colocar o Marcos Paulo, tirava o João Pedro, que estava mal. Se era para tirar o Yuri, recuando o Daniel, que entrasse o Léo Artur ou o Miguel Silveira.
Tem outra questão. O Fluminense passou três semanas treinando com um time. Na hora de colocar o bloco na rua, estava irreconhecível. Yony não vinha treinando regularmente, assim como Pedro. O mesmo pode-se dizer de Gilberto, uma negação em campo. Aí você pega, entrosa uma formação e na hora do vamos ver entram outros atores para executar o roteiro.
Enfim, sábado teremos o Vasco pela frente, um time que joga igualzinho o Ceará, com a diferença de que raramente busca a marcação pressão no campo do adversário. É mais um jogo de paciência. Só que, agora, sem Ganso, que está suspenso.
Vamos enfrentar, mais uma vez, o problema que eu venho apontando desde lá debaixo. Ontem não jogou o Allan, o Yury não comprometeu, mas foi atuação apagada. Sábado não joga o Ganso. Quem joga no lugar do Ganso?
Eu cansei de falar aqui que nós precisávamos usar a parada para definir quais as peças que poderiam substituir os três homens do centro nervoso do Fluminense: Allan, Daniel e Paulo Henrique Ganso. Ontem eu não vi esse homem. Você troca um deles, ou não mantém o nível ou desmancha o sistema, que já era fadado a ficar comprometido no segundo tempo, porque Ganso e Daniel tinham que se desdobrar em três para municiar o ataque. É bem verdade que João Pedro e Pedro voltavam para buscar jogo, mas sem a visão do último passe. Tanto é assim, que todas as jogadas criadas pelo Fluminense surgiram dos pés de Ganso, Daniel e Caio Henrique.
Vamos falar de soluções? Simples. Allan retorna, Ganso não joga. Quem tem as características para atuar na posição de Ganso? Léo Artur? Guilherme? Miguel Silveira? Vai tentar o Nenê ali? Qualquer coisa diferente disso, no meu humilde entendimento, não faz sentido. Você tem que tirar um atacante e colocar um cara que seja de dar o último passe e também finalizar no gol. Era o Léo Artur, que até agora não emplacou, assim como Marcos Paulo. Vamos tentar o Nenê? Então coloca o Léo Artur para jogar no meio e vamos fazer o simples. Vamos povoar o meio de campo, porque jogo de posse de bola tem que ter meio de campo povoado. E vamos manter nosso modo de jogar até o fim.
Para concluir, nós continuamos com problema grave no gol. Aquela boa dava para o Agenor pegar. Santo Deus! Só que o Muriel não tem muita facilidade de trabalhar com os pés. Ele diz que tem, as estatísticas que não.
Boa sorte para nós!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
#credibilidade
Boa tarde. Filme repetido mesmo, e há anos, é o Fluminense perder várias oportunidades e o adversário, numa única, ir lá e faturar. É sina. Agora, pedirem a troca do treinador … qual nós já não tivemos? pura receita para o fracasso.