Festa completa (por Marcelo Vivone)

Agora sim, o torcedor do Fluminense tem a real sensação de ser tetracampeão. Ontem finalmente completamos todos os ingredientes que compõem uma comemoração. Se no final de semana anterior a torcida já havia visto o time em carreata pela cidade e feito a tradicional comemoração nas Laranjeiras, ainda faltava lotar o estádio, levantar o troféu e gritar com a volta olímpica.

A torcida fez a sua parte: desde antes do jogo, nas ruas da cidade, na chegada ao Engenhão e no entorno do estádio. A cidade foi colorida de verde, branco e grená a torcida mostrou-se disposta a fazer a festa que o tetracampeonato merecia. Ontem foi um daqueles dias que todos os torcedores levarão na memória para o resto da vida. Gratificante também foi ver a quantidade de pequenos torcedores que temos o que dá a certeza de renovação e aumento da nossa torcida.

Sobre o jogo não há muito que falar. Imagino que torcedores e jogadores queriam mais uma vitória em campo, mas a verdade é que estávamos todos à espera da festa marcada para depois dos 90 minutos. Foi uma semana diferente para a nação tricolor e que teve, com certeza, influência direta na atuação do time. Festas, entrevistas e a liberação da concentração para o jogo tiram o foco dos atletas da partida e a conta acabou sendo cobrada. Na verdade, não me lembro de uma vitória em um jogo em que o time está recebendo a faixa de campeão. O relaxamento é mais do que natural.

Mesmo que o jogo nada valesse, gostaria de fazer algumas observações na parte individual: a primeira é sobre o Carleto. Admiro sua personalidade e parece mesmo que ele é um cara de grupo, mas, infelizmente, não tem condições de vestir a camisa centenária do Fluminense, nem para ser reserva. Sou obrigado a tecer exatamente o mesmo comentário sobre cada participação sua, qual seja, que cada jogo seu serve somente para nos lembrar de por que o Carlinhos é titular absoluto da posição, mesmo com todos os seus altos e baixos.

Faz-se necessário também comentar a participação do Tiago Neves. Ele foi exatamente o mesmo de grande parte do campeonato, ou seja, passou o jogo inteiro sem acertar um passe sequer. Exceção à sua péssima participação foi o lindo chute que estourou na trave do Cruzeiro. Aliás, esse problema não é exclusivo de suas participações em jogos do Fluminense, pois ele teve a mesmíssima atuação na participação na seleção. Confesso que é um jogador pelo qual tenho muita simpatia e torço muito, mas já não tenho mais argumentos para defendê-lo perante aqueles que não o querem mais no time.

Por último, creio que o Abel cometeu os alguns erros nas substituições. Primeiro porque demorou muito para tirar o Carleto e colocar o Samuel em campo. Nosso lateral não tinha condições de neutralizar o excelente menino Élber do Cruzeiro e ao tomar o 2º gol a sua saída e a do Edinho eram essenciais. Se a entrada do Samuel não surtiu o resultado desejado, pelo menos a ida do Wallace para a esquerda matou a velocidade do menino Élber.

Já no caso do Edinho, Inúmeras foram as vezes em que ele conduziu a bola até a intermediária do adversário e procurou o socorro de passa-la para alguém com alguma capacidade de criação. Muito mais útil teria sido a entrada do Higor, jogador que atua nessa posição e que sabe o que fazer com a bola nos pés. Mas imagino que, por tudo que já foi falado acima, o próprio Abel também não estava com o foco necessário na partida e qualquer deslize deve ser compreendido.

No lado do Cruzeiro, que não tinha nada com a festa que estava sendo feita, gostei muito das atuações do goleiro, garoto que entrou no lugar do titular Fábio, do Leandro guerreiro, velho conhecido dos tempos de Botafogo e que jogou na zaga, do menino Élber que tem somente 19 anos e possui muita velocidade e habilidade e do já conhecido Montillo. Esse último cogitado como reforço do Fluminense para a próxima temporada e pelo qual torço muito que vista o nosso manto. Que belo futebol tem esse argentino.

Termino a coluna da mesma forma que a iniciei, saudando a bela festa feita por nossa torcida. Parabéns a todos que dela participaram, não só no Rio, como em todo o Brasil.

Marcelo Vivone

Panorama Tricolor/ FluNews

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