Depois de Fred e Sobis, foi a vez de Wagner fazer sua intervenção midiática. A diferença para as declarações anteriores é que Wagner não mediu as palavras e escancarou o que era a suspeita de parte da torcida: a entrega, o corpo mole dos jogadores por questões financeiras.

Sobre a declaração de Wagner e dos demais, não vou me alongar, já que aqui mesmo no Panorama, em outros sites Tricolores e nas mídias sociais, o assunto já foi bastante explorado.

Gostaria de me ater às declarações subsequentes do Mário Bittencourt.

Quer dizer que, mais uma vez, um jogador utiliza os microfones de rádios e TVs para diminuir o clube, apontas erros de gestão e confirmar que estamos hoje em sétimo lugar, praticamente sem chances de terminar o campeonato, no G4 e tudo o que o atual vice de futebol tem a dizer é que não ficou incomodado com o que foi dito?

Quer dizer que quando Fred utiliza dos meios de comunicação, mais de uma vez, para repreender o principal patrimônio do clube o senhor Mário Bittencourt também não fica incomodado?

Primeiro parêntese (para esclarecer ao vice-presidente de futebol): quando falo do principal patrimônio do clube, estou me referindo à sua imensa e apaixonada torcida. Acho que diante de tudo que está sendo lido e acompanhado desde 2013, é sempre bom lembrar que a torcida é o motivo da existência do Fluminense Football Club.

Será então que o silêncio sepulcral e altamente nocivo ao clube por parte dos representantes do clube ao final de 2013 e início de 2014, quando fomos execrados por grande parte da imprensa, deve-se ao fato de que eles não ficaram incomodados?

Será então que só a torcida se incomoda com essas declarações? Só a torcida se incomoda em ser rotineiramente esculachada pelo Fred? Só a torcida se incomoda de ter confirmada a suspeita de que é refém de um grupo de jogadores e que o rebaixamento de 2013, os vexames que passamos em 2014 e a sétima colocação no Brasileirão são por conta de corpo mole desse pessoal?

As últimas duas entrevistas do Mário Bittencourt me incomodaram muito. Seu discurso é sempre de olhar o lado do jogador, de entender o que eles estão passando etc., etc., etc.

E a torcida, Dr. Mário? Quem a defende? Pelo visto estamos esquecidos, somos um mero detalhe. Sim, porque os jogadores cansam de nos sacanear e não se vê uma posição, uma declaração sequer, da diretoria a nosso favor. Somos lembrados somente na hora de pedir o nosso comparecimento ao Maracanã e a adesão ao plano Sócio Torcedor.

A postura apresentada publicamente pelo vice é antagônica ao que penso que deveria ter sido feito. Ao invés de defesa do grupo, agora comprovadamente não confiável, nosso representante deveria defender sua torcida, grupo de onde ele tanto se orgulha de ter origem.

Por declarações como essas, posturas como essa do nosso vice de futebol dão para entender bem o ponto de falta de comando ao qual chegou nosso futebol. Explica-se perfeitamente que um jogador, ou um grupo deles, tenha tomado de assalto as rédeas do futebol.

Fica evidente o porquê de treinamentos em horário único durante as semanas, que começam às 16:30h e duram apenas 1:30h. Fica claro o porquê de durante todo o mês em que jogamos nos sábados, os jogadores se apresentaram somente às 16:30h da terça-feira.

Segundo parêntese: durante todo o texto citei o nome de Mário Bittencourt, mas evidentemente, por extensão, as críticas vão também, e principalmente, para o presidente do clube. Foi Peter quem colocou Mário na posição que hoje ocupa e Mário é seu subordinado. Portanto, tudo o que Mário faz e declara, de bom e de ruim, deve ser também estendido ao presidente.

Na minha fase de criança e adolescência, quando um menino “tirava muita onda” com outro, alguns diziam: “ih, chamou a mãe de p…, o pai de v… e a vó de r…”. Havia outro dito: “Fez barba, cabelo e bigode”. Quando o esculacho era muito grande, a segunda frase ganhava um novo componente: ”Barba, cabelo, bigode e o cabelinho do c…”.

Não sei o porquê, mas a situação nas Laranjeiras me fez lembrar essas brincadeiras de criança. Haja lâmina de barbear.

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Domingo tem jogo e é o que menos importa nesse momento.

Que o ano de 2014 acabe e, já que a diretoria não teve peito para afastar os jogadores sanguessugas já essa semana, que sejam os últimos momentos deles vestindo a nossa camisa centenária.

Para aqueles que ainda têm esperança de algo melhor em 2014, peço que não utilizem o ano de 2009 para justificar suas crenças. Naquele ano existia um componente que hoje está muito longe do campo: compromisso com o clube e a torcida.

Panorama Tricolor

@Panoramatri @Mvivone

Imagem: lancenet.com