Amigos, amigas, antes de falar de mais um tropeço do Fluminense, ao qual não tivemos o privilégio de assistir, mesmo os que pagam religiosamente o canal Premiere, que mesmo assim foi suficiente para praticamente assegurar o duelo com o Botafogo, no próximo domingo, pelas semifinais da Taça Rio (que diabos é isso?), é preciso que sejamos enfáticos na crítica ao lamentável episódio de hoje, protagonizado pelas Organizações Globo (como se isso fosse alguma novidade).

Ao rescindir o contrato que lhe concede o direito de transmitir o Flamengão, a Globo incorre em prática ao mesmo tempo antiética e de completa falta de respeito ao consumidor.

Do ponto de vista da ética, pouco se pode esperar de uma organização que nunca se pautou por tal valor, que é o mais alto em qualquer relação humana, social ou comercial. Logo, estaríamos pregando no deserto ao reclamar de tal organização que cumprisse com seu compromisso ético, e não comercial, perante o consumidor.

Enquanto empresa, no entanto, ainda que fosse para preservar o que possível restar das aparências, deveria, antes de tomar tal atitude, pensar na sua relação com o consumidor. Porque as pessoas passaram três meses pagando pay per view, sem ver nada. Não era culpa da Globo, todos nós sabemos disso, mas no momento de compensar a ausência do produto prometido, nós, consumidores, somos tratados como idiotas, alijados do produto pelo qual pagamos.

É uma atitude gravíssima, que precisa ser analisada à luz do Código de Defesa do Consumidor. Porque a Globo nunca pensou no seu público, isso todos sabemos, mas há que se haver o mínimo de senso de decência na hora de negar aquilo pelo que nós pagamos.

A briga é entre Cafés com Leite, Capitão Mito e Vênus Platinada, mas quem paga é o cliente, que paga suas contas em dia? Quem é que vai nos ressarcir do prejuízo? Não que esperássemos por escrúpulos da tal organização, mas se tanto defendem o seu direito comercial deveriam respeitar o nosso direito como consumidores.

Não adianta dizer que vai honrar os pagamentos com os clubes. Afinal, não faz mais que a obrigação, pois os mesmos honraram seu contrato. Eu quero saber é quem vai honrar o compromisso assumido com a torcida do Fluminense, que paga pey per view, de assistir ao jogo do seu time, que é a única razão de pagarmos o referido produto.

E não é só a torcida do Fluminense, mas também a do Vasco, mais à frente a do Botafogo. Ainda que os clubes busquem formas alternativas de ter os seus jogos transmitidos, a Globo escreve mais um triste capítulo de sua deplorável história, que eu espero que lhe renda uma chuva de ações do público consumidor, que foi feito de palhaço.

E ouso afirmar que a briga entre Globo e Flamengo dificilmente é o que parece ser. Afinal, todos sabemos que são aliados históricos e que os Café com Leite estariam hoje completamente falidos, não fosse o projeto comandado por quem agora tenta se apresentar como defensora da tradição do futebol brasileiro, num discurso que se confunde com um grande embuste.

Não que eu esteja subestimando a possibilidade de traições em uma relação que reúne duas organizações que nunca foram pautadas por ética ou escrúpulos, mas é melhor colocar as barbas de molho.

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Quando eu vi a escalação do Fluminense a minha impressão era de que tínhamos um perfeito ataque de pelada com Nenê, Marcos Paulo, Wellington e Fred.

Sem passar pano, que não é o propósito aqui. Esse quarteto ofensivo é um plano de projeto para a queda para a Segunda Divisão. Em nenhum time do mundo essa formação é concebível, com dois caras com mais de 35 anos, um ponta peladeiro e um projeto de craque que não tem velocidade e dinâmica de jogo para dar volume ofensivo a um ataque com tais companheiros.

Tanto é verdade que o caminho que o Odair encontrou para tentar mudar o jogo foi trocar os quatro. Terminamos o jogo com Ganso, Pacheco, Caio Paulista e Evanilson, o que não deixa de ser uma piada. Foi a mesma ideia que deu errado no jogo passado, que, como no qual, terminamos sem gol.

Qual é o técnico sério que troca Evanilson por Fred? Que trata Wellington Silva como titular? Que insiste com Orinho? Que monta um ataque lento, sem qualquer lógica, e termina com um ataque com características totalmente diferentes, embora não menos questionáveis?

Qual é o técnico que pega o melhor jogador do elenco, o Miguel, e relega ao ostracismo, sequer entrando no decorrer de um jogo como o de hoje? Que acha que vai resolver o problema do meio de campo trocando Nenê por Ganso, que sequer cumprem o mesmo papel dentro de campo?

Não era preciso assistir ao jogo, embora fosse o nosso direito como consumidores, para antever o resultado. Eu analiso futebol há dez anos, que me dispensem da modéstia, para saber olhar uma escalação, observar as substituições e ainda assim fazer uma análise consistente.

Se pega esse time e coloca para jogar contra os Café com Leite, eu me recuso até a assistir ao jogo, que é para não ver o vexame. Não é a questão de o time ter tido pouco tempo de preparação, são escolhas completamente absurdas do treinador. Que não adianta dar o mínimo de padrão tático a um time talhado para ser improdutivo.

Domingo deve ser Fluminense e Botafogo, salvo aconteça algo impensável, pelo menos pelo que eu vi da tabela, ainda que com muita má vontade, porque esse campeonato é um embuste, em que a Federação queria colocar o Fluminense para jogar com três dias de treino. Para beneficiar quem?

Quem adivinhar ganha um pacote de bala Juquinha.

Esse recomeço é para sentar no meio fio e chorar copiosamente, pensando no ponto a que chegamos. Um clube amador, que vive de lampejos e ilusionismo, sem projetos e sem qualquer compromisso com sua história gloriosa e inigualável no cenário nacional.

Recomendo aos amigos e amigas muito refresco de maracujá, que é para ficar na receita mais light.

Saudações Tricolores!

Panorama Tricolor

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