Eu não sou Fluminense!

Alguns poucos leitores desse blog o sabem, mas agora isso se torna público: não sou tricolor.

Comparo esta situação a uma festa de criança, seja ela do seu filho ou de um amigo. Existe um código de conduta, quase educação, que se deve seguir.

– Se o meu time não é o time do dono da festa (ou da mulher dele – tem muito casal cuja mulher gosta mais de bola que o marido…) não vou usar a camisa do meu time. Haverá fotos, possivelmente filmagem, e eu não iria querer no album da minha filha uma foto de um meliante com a camisa do império do mal.

– Presentinhos escrotinhos também são pessimamente recebidos. Se o cara é seu amigão e torce pro time errado, dê um chinelinho no boteco, entre amigos. Não o exponha ao ridículo em público.

Minha mulher tem duas primas, de meia idade, que não tem semancol nenhum a esse respeito. Ambas vêm na minha casa e querem ensinar minha filhinha de 2 anos e meio a falar “mengo” – perdoem o palavrão – (gol do Flu anulado. esquisito… não vi falta ali não…) e ficam, de forma totalmente desagradável, cantando o hino daquele clube. Isto é falta de educação em último grau. Uma das duas está prestes a ser mandada para onde merece. Na próxima o será. Madame já está avisada. Passarinho que come pedra sabe o fiofó que tem.

Isso significa que eu não vou aqui desfraldar bandeiras do meu time. Fazer propaganda da concorrência. Não. Falarei bem e mal do Flu como falo de qualquer outro time do Rio. Exceto, claro, o império do mal, de quem só falarei mal. Bem mal.

Amo futebol. Fui a N jogos do Botafogo com um tio e com amigos. Eles são uma turma esquisita. A cerca de meia hora de paciência que temos quando tudo vai mal dura, em arquibancadas botafoguenses, cinco minutos. Os caras mal entram em campo, e já levam uma chuva de vaias. Loucos… A jogos do flu também. Vários. Inclusive um Vasco 4 x 4 Flu, num sábado sensacional de carnaval, quando saímos do bola preta para o Maraca e sentamos nas cadeiras brancas eu, Andel e Leo Prazeres, para assistir o jogo juntos. É uma grande pena que a imbecilidade coletiva de um pequeno bando de idiotas impeça amigos que torcem para times opostos de se sentarem calmamente num estádio e assistirem um jogo. Por isso, vê se hoje mais pirralhos vestindo arsenal, barcelona, man united, milan e do que Vasco, Flu, Botafogo… (tirem esse Barbio dai, pelo amor de Deus…) Os pais têm medo de que algum idiota cometa alguma violência na rua com seus filhos por causa de uma camisa de clube. Sabemos que isso é possível. Tenho 41 anos. Até hoje, quando vou ao estádio, minha mãe me pede para não usar minha camisa. Eu respondo que, usando a camisa, pelo menos, posso ser defendido pela minha torcida. Sem camisa, não sou de ninguém…

De vez em quando, virei aqui falar de futebol. Agradeço o espírito democrático de quem me ler aqui, mesmo eu não professando a sua fé.

Torço pelo único time do Brasil que é impedido de mandar seus clássicos no seu estádio. Urbano Caldeira pode. Canindé? Ilha do Retiro? Aflitos? Macaé? Pode.

São Januário não pode.

Acabou o primeiro tempo. Vasco 0 x 0 Flu. Justo.

Vamos ver o que sai dai.

Saudações Cruzmaltinas!

José Augusto Catalano

Panorama Tricolor/ FluNews

 

3 Comments

  1. Assumiu! Ahahahahahahahaha.

    Obrigado por tudo.

    A casa é tua. Sempre!

  2. Texto muito bom e super bem-humorado. Só não entendi o “tirem esse Barbio daí, pelo amor de Deus!” Rsrsrsrs

    Parabéns!

    ST

  3. Gostei. A diferença inteligente enriquece. Por outro lado, maria-vai-com-as-outras enfraquece. Vide aquela torcida que só tem números…

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