Eu, não eleitor do Fluminense (por T. T. Paixão)

Atualmente eu não preencho os requisitos para votar numa eleição à presidência do Fluminense, e mesmo que preenchesse, morando aqui no longínquo Pantanal, não conseguiria exercer meu direito por um simples motivo: não existe voto online.

Porém, não posso me fazer de cego, surdo e mudo em relação ao fato de uma figura da envergadura de André Horta ter se lançado como pré-candidato ao cargo maior do Fluzão.

Obviamente, a notícia causou burburinho no meio político ligado ao clube. E as manifestações de apoio passaram a surgir na mesma proporção em que vieram à luz manifestações gratuitas de ignorância em forma de ataques covardes.

Analisemos friamente este movimento de André Horta, que pode levar a resultados ambíguos.

Pode ser muito cedo para se apresentar como candidato, e essa antecipação pode desgastar a candidatura, pois Horta estará exposto a ataques por muito mais tempo que qualquer outro que oportunize seu nome. Uma melhora no desempenho dentro de campo, com recuperação na tabela do Brasileirão e o possível sucesso na Libertadores, podem servir como uma forte defesa da atual gestão e base para uma candidatura da situação. Horta teria de convencer o eleitor de que somente o fator campo não é suficiente para representar uma boa gestão. E esse é um caminho muito, mas muito complicado mesmo.

Por outro lado, lançar sua candidatura muito mais cedo pode lhe proporcionar mais tempo para diálogos em busca de apoio, seja de prováveis candidatos, seja de personalidades importantes dentro do clube.

Seu nome será ventilado nos mais variados canais ligados ao Tricolor, e chegará inevitavelmente aos torcedores aptos a votar.
Sabemos, sem sombra de dúvida, que uma certa categoria de pessoas dirá que o atual presidente não pode ser questionado, e qualquer tipo de oposição é oportunista, tentando jogar sobre esse opositor a pecha de “mulambo”, ou “anti-Fluminense”. Isso é tão ridículo que fico envergonhado só pelo fato de ter de comentar tal comportamento.

O que esse grupo não fará é lembrar ao eleitor a importância que o pai de André Horta teve para o clube. Francisco Horta é conhecido como o Eterno Presidente, e ficou eternizado realmente ao ter montado a Máquina Tricolor.

André Horta não é um mero esbirro do pai e tem sua trajetória própria, dentro e fora do Fluminense. Caberá a ele demonstrar isso.

Eu não sou cabo eleitoral de ninguém, porém, o que humildemente recomendo é que todo nome, ligado ou não à atual gestão seja analisado de maneira fria e isenta.

Que o eleitor possa votar de maneira livre no que ele considerar melhor. Sem ser vítima de chantagem ou enganado por mentiras e mais mentiras.

Boa sorte ao Horta e aos que porventura venham se apresentar para disputar as eleições no Fluminense Football Club.