Simone de Beauvoir afirmava que ninguém nascia mulher, tornava-se mulher. Parafraseando-a, com muito mais segurança, posso dizer que ninguém nasce torcedor, torna-se torcedor.
Normalmente essa escolha, que acompanhará os mais fiéis por toda a vida, é feita na infância, por influência do pai, da mãe, dos avós, de um padrinho, de um amigo da escola e até mesmo por vontade própria.
Eu sou tricolor por meu pai. Minha filha o é por mim. Em algum momento, porém, esse ciclo pode ser rompido, surgindo daí o desgarrado, aquele ou aquela que seguirá outras influências e torcerá por outro time ou mesmo não torcerá por time algum.
Há também aqueles ou aquelas que pela total abstinência futebolística em seus meios sociais nunca se apegaram ao futebol a ponto de torcer por qualquer clube, manifestando-se, eventualmente, nas grandes competições internacionais de que participa a seleção brasileira como torcedores sazonais que só se aproximam do futebol nesses períodos.
Está aí um filão que precisa ser melhor explorado. Não digo apenas pelo Fluminense, mas por qualquer clube que deseje criar vínculos com esse desapaixonado, esse desgarrado que, por qualquer motivo, não tem o futebol como primeiro esporte ou não o tem como esporte algum.
É certo que, diante das recorrentes falcatruas que envolvem o cenário do futebol –nacional e internacionalmente – essa aproximação torna-se cada vez mais difícil, mas, por outro lado, a tentativa é válida na medida em que agregar mais fãs ao clube significa trazer mais receitas para seu cofre.
Não digo apenas direcionar o marketing para aquele torcedor que já torce para o clube, fortalecendo-o. Isso é importante e tem sido feito pelo próprio Fluminense no projeto Tricolor em Toda Terra, mas é preciso mais: buscar a ovelha desgarrada, ou seja, além de manter, acrescer.
Grandes clubes do futebol europeu, como Real Madrid, Barcelona e Manchester United já possuem escolinhas de futebol no país. Aqui na minha cidade, houve até pouco tempo, uma escolinha do Cruzeiro. Imagino que os primeiros, pela força transnacional que possuem, angariam pequenos torcedores em todos os cantos do planeta, mas os clubes nacionais também podem seguir esse caminho, caminho que, por sinal, trilha muito bem o Fluminense.
O Projeto “Guerreirinhos” de escolinhas de futebol do Fluminense é o melhor exemplo dessa expansão que pode gerar frutos inestimáveis para o clube: jogadores para a sua base, receita e novos pequenos torcedores. Com mais de cinquenta unidades pelo Brasil, em diversos municípios do Estado do Rio, em Brasília, Espírito Santo, Alagoas, Ceará e em breve na Paraíba, além de escolas também no exterior, em Córdoba, Santiago e com tratativas para um novo centro nos Estados Unidos, o projeto é um alento para o futuro tricolor.
O Fluminense dá um passo importante, mas outros podem ser dados. Um novo torcedor significa mais dinheiro para o clube – inclusive as importantes receitas televisivas – e o Flu tem um potencial inesgotável de valorização de sua marca e visibilidade que podem e devem ser explorados pelo seu marketing.
Lembro-me de que há algum tempo sugeri numa rede social que o clube poderia investir naquele turista que chega ao Maracanã aos borbotões trazido por guias para cumprirem o ritual de assistirem a uma partida no ex-maior do mundo. Um kit com uma revista contando a história do clube em inglês, uma flâmula, um boton…pronto, lá vai o turista de volta para o seu país de origem com o Fluminense na bagagem. Um marketing que pode ser efetivo e é barato.
Não me parece que o Projeto Guerreirinhos tenha sido criado com o objetivo principal de alavancar o crescimento da torcida tricolor, mas indiretamente, essa será uma consequência. Portanto, é preciso também pensar em outras ações que sejam específicas visando a criar no torcedor o gosto de torcer pelo Fluminense; afinal de contas, a maioria da população brasileira – 19,4%, segundo o Instituto Paraná Pesquisas – não torce por time algum e esse percentual precisa ser melhor explorado.
As eleições se avizinham e seria importante que o novo presidente pensasse preponderantemente num marketing ativo e eficiente para o Fluminense, justamente para que sejam criadas campanhas de crescimento da torcida, o que se faz com boas ideias e títulos.
Mesmo as boas ideias, contudo, não sobrevivem por muito tempo sem a formação de times competitivos e vencedores, de preferência sob a regência de um ídolo.
Assim, é preciso fomentar o gosto de se torcer para o Fluminense, manter o fã tricolor, evitando-se o esvaziamento da torcida e estimular ainda mais a parceria do torcedor fiel, porque a torcida é e sempre será a maior parceira e patrocinadora de qualquer clube.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @FFleury
Imagem: f2
Ano de olimpíadas, o Fluminense é o único clube de futebol do mundo, que detém a Taça Olímpica.
Além de alugar o CT nascente, nem sei por quanto, o que mais o Flu vai fazer para aproveitar essa chance única.
O botinha vai levar 10 milhões para ceder sua sede para algum país.
O esgoto da lagoa recebeu 15 milhões em reformas.
E o Flu fez o quê??? Nem 1 camisa levou pro presidente do COI, como fizeram ferj da gama e a dissidência.
Na copa fizemos o quê????
Essa é a gestão profissional…
Bom dia!
Eu até entendo sua colocação,mas na moral, o que atrai mesmo são títulos,vitórias,um time com um PADRÃO DE JOGO,coisa que atualmente nosso amado Fluminense não tem.
ST!